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sexta-feira, 30 de outubro de 2009
quinta-feira, 29 de outubro de 2009
A batalha vai começar [Liberdade vs compreensão]
A batalha vai começar [já começou, algures, no tempo transacto]
Armas em punho. A batalha vai começar. A luta do bem contra o mal; a impenetrabilidade do entendimento; o escudo que é a compreensão; a maior, a relatividade de tudo. Tudo é bem, tudo é mal. A realidade é dura, aquilo que se sente é duro, essa é a realidade. O determinismo é imenso, mas a sorte pode ser outra. Liberdade, compreensão, até que ponto o entendimento pode interpenetrar as duas? Acho que ou há liberdade ou há compreensão, as duas são difíceis de coexistir. O que é o melhor? Liberdade ou compreensão? A prisão da compreensão ou a cegueira da liberdade? O conhecimento do mundo interior, a maquinação do mundo exterior. (...) A luta, essa difícil estabilidade do que quer contra o que não quer, os ideais
Há um mundo de gestos, de sons e de palavras, imagens. Incompreensíveis talvez, porque não vocabulares. Mas a força que imprimires há-de vencer o atrito. A semente que se cultiva é o fruto que se colhe. Os atritos... são imensos, como imenso é o universo. Estrelas que cintilam, planetas que brilham, vidas de lá que jamais se encontrarão cá. Um apagão. Um chamamento. Uma imposição, posso aceitar ou não.
Nota (longa) de rodapé:
[Liberdade vs compreensão: Eram ‘extremos do entendimento’ segundo o que me pareceu na altura que escrevi isto. Admito agora uma posição intermédia entre estes dois extremos. Queria eu dizer que a compreensão das coisas - que se relaciona com o conhecimento e a experiência de vida - 'aprisiona-nos', segundo o ponto de vista imediato que tive. Talvez eu quisesse ter dito, com isto tudo, que a compreensão nos aprisiona e nos tira a liberdade - mas agora digo que acho que isso pode ser superado e o que me parecia um extremo oposto pode tornar-se numa Liberdade 'ao quadrado'. O conhecimento está relacionado biunivocamente com a compreensão das coisas. No mundo de hoje, a informação é nos transmitida em quantidade incomensurável, havendo entropia nessa informação. Quando tendi a entrar nesse mundo de informação de uma maneira directa, mas gradualmente, sem ter esquemas para compreender toda essa informação que focalizava, entrei como que num ‘labirinto’, e há medida que ia conhecendo e compreendendo, era como que tivesse a sensação de que estava a perder a liberdade que tinha antes de tomar consciência desse conhecimento, e não via saída à vista. Todo esse manancial de informação era extremamente confuso para o meu entendimento, e ‘aprisionou-me’. Apareceu-me, nesse momento em que escrevi o texto em cima, essa dicotomia do entendimento entre liberdade e compreensão (conhecimento), como se o aumentar do segundo inibisse o primeiro, como que se fossem dois conceitos opostos, dois caminhos, e que, se se seguisse um caminho se estivesse a abdicar de outro sem poder voltar atrás. E atrás não se pode voltar, mas não poderia imaginar que esses caminhos se encontrariam novamente para se tornarem num só, e que surgiriam esquemas para interpretar toda a informação que posso entender segundo a (s) linguagem (ns) que compreendo. Mas a linguagem que ainda estou a desenvolver, a conhecer melhor, para compreender melhor essa dicotomia do entendimento que se fundiram num só em mim, é a linguagem universal. Pelo menos espero que assim o seja, e espero que futuramente o meu entendimento evolua, que o conhecimento e compreensão sejam sinónimos de liberdade e que estes conceitos se relacionem e não que se aniquilem.]
Liberdade
Entre brumas matinais eu caminho, na esperança de encontrar do lado de lá o esplendor da limpidez da liberdade. Caminho silencioso, perscrutando tudo à minha volta, tentando atrair a mim as energias positivas, que desejo que me envolvam e protejam neste mundo belissimamente horrível. Quantas palavras me ficam agarradas nas entranhas? Quanta absorção eu conseguirei mais aguentar sem deitar fora todos esta porcaria de informação que corre em mim? Tenho a certeza que os meus limites já foram ultrapassados faz muito tempo. Tanta limitação que me impuseram... a minha revolta é grande. Talvez eu seja um ser inadaptado ao ambiente que me rodeia. De que me adianta ser quem sou? Vantagens positivas? Tenho. Mas que isso me acarreta também consequências negativas também é verdade. Talvez eu me concentre demasiado nas consequências negativas, por vezes, e dai o meu mal. Quem é o culpado? Liberdade é essencial: Não estar dependente de ninguém enquanto pessoa saudável que se é, poder fazer o que se quer e não ter limitações; sentir-se bem por aquilo que se é, ser-se aceite como se é, não ser-se obrigado a mudar-se muito rapidamente; não desejar ser perfeito; não se conhecer demasiado é essencial para se ter liberdade, não conhecer os defeitos próprios é caminho para seguir em frente sem vacilar, é estar sob influência de variáveis que nos ultrapassam e não termos consciência disso, e isso é estarmos em sintonia com o mundo de modo inconsciente; Liberdade é escolher entre duas opções que se gosta, uma delas e não sentir-se mal por não ter escolhido a outra; Liberdade é estar calmo com a vida sabendo que tudo vai ser breve; Liberdade é poder deixar fluir as emoções; Liberdade é poder ir navegar no Universo se tivermos meios para isso; Liberdade é poder fazer o que se quer sem restrições. Mas a Liberdade existirá apenas nos momentos em que não sentimos os limites e as restrições. A Liberdade é então um conceito volátil. Somos livres enquanto, apesar de as restrições existirem, não tivermos consciência delas. A liberdade existe em momentos que podem durar mais ou menos tempo. A Liberdade é uma luta constante contra as imposições que os outros nos tentam impingir. Liberdade pode significar dominar o outro e não deixar ser-se dominado. Mas esse domínio do outro deixa de significar ‘Liberdade’ quando a consciência moral, talvez infligida pela religião, nos diz que «Os homens são nossos irmãos» e «devemos fazer aos outros aquilo que gostávamos que nos fizessem a nós». Aí sentimos culpa ao dominar, pelo que não há Liberdade e seremos dominados por aqueles que não têm consciência moral. Eu quero ser Livre, portanto não quero ser dominado, quero fluir com os seres e com o Universo.
E o que disse tá dito [extracto 22-03-04 actualizado]
E o que disse tá dito. Assim são alguns que não eu. Sinto-me esgotado, a força da vida não me acompanha. Recordações, memórias surgem na minha mente como se já tivesse vivido o que tinha para viver, como se fosse velho, mas continuo a viver. Senti o que muitos outros sentiram, sinto o que muitos outros sentem, sinto de mais, sinto por muitos, claro que não por todos. Possa eu por em prática a minha maneira de ser e eu seria o homem mais poderoso do planeta. Forte e livre! A minha liberdade acima da dos outros! Mas não tenho fôlego sequer. Não perca eu a razão, a fé, a esperança que ainda me resta! A esperança de que um dia ainda serei realmente livre, e vejo que quando olhar para trás eu verei que fui realmente livre, fui grande em pensamentos. O caminho de Deus versus o caminho do homem, qual? Meu Deus como sou tão fraco, porque aparento ser forte? Porque me rotulam? Porque não expresso os meus sentimentos? Porque não me é permitido falar? Porque eu não me permito falar? Estou away, estou fora, estou desligado, estou queimado. Quero renascer, quero ser grande e forte, saber o que estou a dizer, saber o que estou a fazer. Não posso mudar o mundo, acho que nem a mim posso mudar quanto mais. Dá ao slide, foge, desvia-te. O homem, o homem, condenado à perdição, à destruição, eu condenado com os meus pensamentos que desfazem as ilusões.
Vamos mudar o discurso. Tudo é tão bonito lá fora, lá fora assim como dentro de nós. O homem é um ser condenado a ser feliz, assim porque eles são todos iguais, feitos de carne e osso. No meu pensamento só ocorrem coisas bonitas, tudo corre sem stress e sinto-me um ser perfeito. Porque falam tão bem de mim? Sinto-me tão vivaz que aposto que vou viver duzentos anos (200). Porque tenho que eu falar sempre de coisas boas, não havendo um problema que me atormente? Porque tenho eu tantos amigos, tantos que eu não sei com quem hei – de estar em cada dia da minha vida. Tudo vai de vento em popa, não há nada com que me preocupar. Compreendo todos os homens do mundo porque “quem vê o seu povo vê o mundo todo”. Só consigo imaginar em como as pessoas são alegres e divertidas, como todos são tão inteligentes e vão construir um mundo melhor, e essa é que é a realidade. Custa tanto dizer as boas verdades da vida, que até desejava que houvesse coisas más. Na verdade quero ir para onde as ruas não têm nome. Na verdade tudo o que eu digo é condicionado por variáveis incontáveis que me ultrapassam longemente. Na verdade e somente na verdade eu me baseio, e a verdade é que há verdades que me satisfazem. A verdade que encontro a cada dia que passa. Sou feliz com a mudança. Não me quero ver de fora, quero ver-me de dentro para fora. Cada vez sou menos condicionado, e isso dá-me ânimo.
Fluíres incertos [Ensaio poético] 2003
Fluíres incertos
Em Dias ensolarados, caminho sem destino visível
Nos claros momentos. No Pensamento inflexível
Acho-me instável, num segundo, descobertos,
É formidável, este fluíres incertos!
Já repetidos, batem à porta fortemente,
Destinos estampados, surgem dolentemente
Assim é a minha mente, cheia de ruídos
Talvez adivinhem a corrente, de ideais desmedidos
Nas antíteses das palavras, confundindo a lógica,
Há nas imensas filosofias, um insondável Poeta,
Que descobre, que desvenda, impensáveis ideias
Neste mundo de loucura, de ininteligíveis palavras.
Há um universo de surdos, onde a imagem é tudo,
Paira um som mudo, onde as palavras são ecos abafados.
O lugar dos sentimentos, foi severamente preenchido,
Pelo dinheiro mal dividido, pelo vazio dos sentidos.
Gritos chamam a atenção, Pessoas olham e não vêem.
Aqueles que lêem na alma a provação
De uma emoção, daqueles que orgulhosamente vêm
Sem, sequer, terem a inteligência da imaginação
Difusos os olhares, alternam com ritmo próprio,
num mar profundo e sombrio. Sem isso notares,
como se partir fosses, o âmago sente um calafrio.
Em tua presença, um arrepio, talvez de saudades.
E agora vou sintetizar, aquilo que disse, sem sentido.
Há um caminho percorrido, sons lindos, nele, a pairar
Há assuntos não desenvolvidos, mas que te fazem pensar
Talvez o fim seja brincar, exprimindo sentimentos doídos.
quarta-feira, 28 de outubro de 2009
A sexualidade [16-12-2002]
Define o meu pequeno dicionário: " sexualidade: características morfológicas, fisiológicas e psicológicas relacionadas com o sexo." Talvez seja uma definição pouco descritiva da verdadeira dimensão desse conceito. Essencial na sua objectividade mas muito concisa na sua subjectividade, no meu parecer, estática quando na verdade o conceito de sexualidade é versátil. Sexualidade não é só o aspecto de uma pessoa- um conjunto de órgãos objectivamente estudados -, não é só um conjunto de reacções orgânicas que nos levam a um fim, sexo (a reprodução, nos animais), não é só o comportamento observável das pessoas, no que diz respeito ao sexo, e não se define mesmo com todas essas características juntas. Ela é mais do que isso. Sexualidade é mais que intimidade consigo próprio, afecto, erotismo, amor. Ela manifesta-se na inteligência, força, poesia, amizade, nos sentimentos [e emoções (alegria, raiva, tristeza) ], nos gestos, no diálogo, dirige a forma como pensamos. É a força da vida em si mesma. Dou comigo a pensar e pôr hipóteses: ‘a sexualidade, na verdade, é o que faz mover o homem’; ‘O homem vivia no paraíso. No paraíso o homem tinha tudo o que precisava: alimentos. A sexualidade reduzir-se ia nessa altura ao acto sexual que servia para reprodução e se propiciava automaticamente quando a fêmea andava com o cio (como nos animais). A certa altura da evolução o homem começou a pensar sobre o que pensava e logo sobre o acto sexual e sobre aquele impulso incontrolável. Ele podia rever-se nesse acto e inventou a vergonha, como um sentimento de confusão por não entender aquele impulso que o levava aquilo. E começou a conter e a tentar controlar o sentimento que apareceu a par da vergonha, o desejo, tapando as partes púbicas. Digamos que foi destes dois sentimentos antitéticos (desejo por um lado e vergonha- repressão do desejo- por outro) que se deu o ‘big bang’ da evolução do homem, ao reprimir o seu desejo, ao tentar controlá-lo ele explodiu noutros sentidos como por exemplo, e o mais paradigmático exemplo, no do desenvolvimento da sua inteligência e o que está directa ou indirectamente ligada a ela: o aparecimento da técnica, a capacidade de abstracção relacionada com o aparecimento da linguagem. Tudo isto devido a esse virar-se para si próprio e descobrir-se a si próprio. Tudo para dar vazão a esse manancial complexo de sentimentos que caracteriza a sexualidade.’
A sexualidade diz respeito a todo ser humano. Ao contrário da sexualidade animal que é facilmente definida, a componente psicológica da sexualidade no homem torna-a complexa. Diria, como complemento, que sexualidade é tudo o que nos leva ao sexo, é o preliminar dele, fim último e principal para que vivemos, talvez...pelo menos no minha maneira de ver as coisas é. Todo o homem coloca questões, essas que podem ser do tipo destas: ‘de onde vimos? Para onde vamos?’ questões estas difíceis de serem respondidas. Mas quando nos questionamos ‘qual o sentido da nossa vida?’ não será fácil encontrar uma resposta? Ao fim e ao cabo o objectivo da nossa existência é a reprodução e a perpetuação da espécie. Pondo de parte os eufemismos e falando linguagem comum, o objectivo é o sexo (o acto sexual, aquele clímax final de todo um percurso). Todo o homem (e mulher) tem etapas de realização, primeiro realiza-se no simples contacto com o sexo oposto, depois no acto sexual e mais tarde em ter um filho. Acho estas as principais etapas de realização no que diz respeito à sexualidade e as básicas da vida. Considero que as demais realizações que se vão tentando surgem após ter estas satisfeitas.
segunda-feira, 26 de outubro de 2009
Ambivalência (amor-ódio)
Sabes porque estou tão magoado contigo, que quase te odeio? Porque te amo tanto!... e me parece que continuarás inflexivel nos teus sentimentos. Não podemos obrigar ninguém a gostar de nós, mas podias evitar magoar quem te ama, porque isso poderia tornar-se no mais profundo dos ódios (não fosse eu quem sou), tão profundo quanto profundo é esse amor.
domingo, 25 de outubro de 2009
sexta-feira, 23 de outubro de 2009
Sentir como sinto (1)
Sento-me nesta cadeira que tão bem conheço. Pelo menos conheço a maneira de eu me sentir sentado nela. Não que eu esteja sempre a olhar, ou que eu tenha olhado para ela profundamente e que conheça mentalmente da maneira como ela é feita, o pormenor do seu encosto tão bem conseguido e dos seus braços de encosto tão bem desenhados. Realmente, quem a desenhou é artista. Mas eu não, não sou observador, limito-me a sentir e a analisar o que sinto, faz já muito tempo, limito-me, no caso da minha cadeira, a senti-la, simplesmente, e a sentir (analisar) a maneira como ela me faz sentir. Entrei por esta vereda já faz muito tempo, talvez tocado por um dom desde que nasci, para compreender quem sou, o que sou e o que fui, porque, talvez, me tenha apercebido que o caminho ia ser difícil, o ambiente da minha vida que eu ‘vislumbrei’ à nascença (antes mesmo de ver visualmente e antes de ter consciência) era negativo, como se houvesse um condicionamento enorme daquilo que eu queria ser, algo que, sei hoje, punha em causa a minha existência. Sei agora que eu era (já não quero dizer ‘sou’ - e isso é óptimo) uma crise existencial antes mesmo de eu sentir essa crise racionalmente e compreender abstractamente esse meu passado que fui reconstruindo na minha mente. Tento pôr em palavras aquilo que sinto, mas sempre me foi extremamente difícil fazer isso. Sempre fui muito fechado e muito pouco expressivo. Desenvolvi, à medida que o tempo passou, a característica de me tornar um espectador atento e observador (sendo neutro no contexto, tal como um espectador televisivo), à medida que me ia tornando cada vez mais fechado, reforçando essa característica da qual nunca mais consegui sair e dificilmente sairei completamente porque tornou-se numa característica de mim. Desenvolvi de tal modo essa característica em que me tornei, que me sinto péssimo no centro das atenções e não consigo facilmente fazer parte activa do contexto social em que me encontro, sou completamente o oposto (ou pelo menos já fui muito mais) de um exibicionista, ou uma pessoa extrovertida, que gosta de se manifestar na presença dos outros. Se ser exibicionista não é uma característica apropriada, sei, por experiência própria, que ser o oposto (que é aquilo que eu sou ou que sinto que sou) também é uma característica desvantajosa, ainda para mais no mundo de hoje, que até se ‘pede mais’ para se ser extrovertido e um ser social. E para compreender ou descobrir aquilo (aquela ou aquelas coisas) que não me deixam ser uma pessoa normal no que diz respeito ao relacionamento social eu tenho trilhado mentalmente caminhos e mais caminhos, tenho pensado e repensado sem parar, tenho comparado ideias sem fim, tenho comparado incomensuráveis situações da minha vida, tenho inventado e reinventado situações (para descobrir uma linha de verdade), tenho tentado ir ao cerne dos problemas, na ânsia de ainda ir a tempo de remediar tanto estrago que tem havido na minha vida devido à falta de um equilíbrio que me falta, uma normalidade na vida. Como pessimista que tendo a ser, vejo difícil essa ‘normalidade’ vir a concretizar-se, vejo muitas variáveis contra as quais tenho que lutar e contra as quais sigo lutando, para chegar a bom porto. Mas no meio disto tudo há a verdade da minha vida, há situações e ideais que são os motivadores de tudo isto, que é a minha vida. Contudo, vejo que no meio desta tempestade nocturna, há um farol que me guia. Sinto que faça o que fizer, aconteça o que acontecer, há um sentido, há forças que me hão-de suster, há uma maneira única de dar sentido ao mundo, e essa maneira é o meu espírito, é aquele que eu sou, o Eu com o qual me identifico e que mais ninguém pode valorizar do que eu. E vejo-me como um ser que luta, na verdadeira acepção da palavra, talvez de modos misteriosos e não visíveis, a maior parte das vezes. Mas é esse mistério daquilo que eu sou que me faz ser forte, porque a aparência é muitas vezes enganadora.
quinta-feira, 22 de outubro de 2009
Sentir como sinto
Tento, na maioria dos meus escritos, escrever algo com cabeça, corpo e membros. Não sei se o consigo fazer, não sei como são interpretadas as minhas ideias. O mundo da semântica e da subjectividade pode ser coerente ou pode não ser, mas acho que isso depende de quem o interpreta. Por trás de uma frase podem estar milhentas ideias ou simplesmente estar um vazio delas (pode dizer-se aquilo por dizer ou porque a ‘natureza’ assim nos faz dizer sem que tenhamos ideias conscientes subjacentes ao que dizemos). Sei que nas minhas ideias acontecem as duas situações, por vezes digo frases que têm imensas ideias por trás daquela frase, mas também digo ‘por dizer’ outras vezes – e, não é curioso que, algo dito ‘no vazio do sentido’ pode tomar sentido(!), tal como algo que só tem corpo tome vida(?!), tal como o ‘hardware’ do computador ganha vida, ganha sentido, com o ‘software’ -. Quando digo uma frase que tem as tais ‘milhentas’ ideias subjacentes sinto-me perdido ao rever essa frase tal a diversidade semântica, de interpretação variada da frase, do sentido da frase. Até certo ponto da minha vida eu não sentia assim essa revisão das minhas frases, até essa altura esses enunciados tinham ideias claras para mim – talvez isso fosse o tal ‘dizer porque a natureza nos faz dizer’ essas frases -. E, talvez, a esta ambiguidade de interpretação que eu sinto agora chamemos também capacidade de abstracção que ganhamos com o tempo e que faz marcadamente diferença do homem inteligente e culturalmente e ideologicamente estimulado (e o que define essa cultura é a capacidade da palavra, da escrita, e da abstracção de conceitos) que varia entre si [os próprios homens] e os animais. A verdade é que o meu pensamento salta de ideia em ideia a um ritmo frenético, ao mesmo tempo que o tento captar essas ideias e desenvolvê-las de maneira coerente). E com a cabeça a fervilhar de ideias diversificadas como está, por exemplo, a minha, frequentemente, construir a ‘tal ideia’ com cabeça, tronco e membros torna-se uma tarefa complicada. Neste momento estou a lembrar-me de uma frase (que forma uma ideia ou ideias em mim) que marca os meus pensamentos, que vem da teoria da relatividade de Einstein [ http://pt.wikipedia.org/wiki/Teoria_da_r
Concerto dos U2 em Coimbra em 2010- Vai haver segunda volta!
Afinal vai haver outro concerto dos U2. Eu acho que os U2 devem gostar mesmo de Portugal, bem pelo menos gostam dos euros dos Portugueses que tão fervorosamente os segue ;) Não digo que não façam um bom espectáculo, tanto sonoro como visual, parece que têm grandes artimanhas visuais... Que sorte para alguns que poderão ver o concerto duas vezes e ficar a gozar por uns anos da recordação daqueles (ainda futuros) dias magníficos. Claro que para ficar o bolo com a cereja por cima, deve-se acrescer ao concerto uma boa noite de amor, não é uma ideia excelente? Eu que não vou ao concerto já me contentava com uma boa noite de amor. Bem, ainda falta um ano…
domingo, 18 de outubro de 2009
Música [Concerto dos U2 em coimbra]
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Música: Concerto dos U2 em Coimbra em 2010 está esgotado
17 de Outubro de 2009, 17:02
Lisboa, 17 Out (Lusa) - O concerto dos U2 a 02 de Outubro de 2010 em Coimbra, está já esgotado, disse hoje à agência Lusa a promotora Ritmos & Blues.
Os 42.000 bilhetes para o concerto foram colocados à venda a partir das 10:00 de hoje, mas esgotaram em cerca de sete horas.
O preço variou entre os 32 euros e os 260 euros >>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>
Gosto das músicas do U2. A música marca e marcou muito a minha vida, como deve marcar a de qualquer pessoa. Mas estou aqui para fazer a apologia daquilo que eu sou e do que senti e sinto. E a música dos U2 marcou de forma indelével também o meu ser, apesar de eu gostar da música de uma forma transversal, pelo que me faz sentir. Talvez por ser uma pessoa introvertida [e que ainda me considero] apanhei um gosto peculiar por ouvir as músicas que a rádio passava, era esse o meio que tinha para as ouvir enquanto cresci, era a minha ligação com o mundo globalizado que eu sonhava compreender e conquistar. A música entrava de uma forma muito particular na minha alma sensitiva, como sempre o foi, sei disso, quando me lembro do que fui e do que senti. Aprendi a apreciar a música inglesa, sobretudo, os sucessos que era o que mais passavam nas rádios nacionais, a RFM sobretudo, que ainda continuo ouvindo. Sei melhor, agora, que faziam, realmente, vibrar muita gente, e compreendo melhor a dimensão desse sentimento. Não era por qualquer motivo que eram as melhores, melodias que entravam directamente na minha alma em formação, mas já com uma predisposição para essa sensibilidade que tendo a interpretar e compreender. Lembro-me de desejar conhecer um dia qual o título daquela música, quem a cantava, porque eu realmente só ouvia, e não tinha MTV. Mas é óbvio, agora, para mim, que se tivesse visto primeiro quem cantava aquelas músicas teria perdido esta sensibilidade particular de sentir o mundo, aquilo a que chamamos ‘sentir com o coração’, sentir antes de observar. Teria certamente, criado preconceitos se tivesse visto antes de sentir e isso teria condicionado a minha maneira de sentir, neste caso em particular a música. Como aprendi a apreciar a música ‘com o coração’ e antes de ver quem a cantava, assim acredito que antes de vermos temos os sentimentos que antecedem a nossa visão e que nos permitem compreender o mundo antes de o interpretar visualmente, o dom de sermos quem iremos ser neste mundo, façamos o que fizermos. E sei - e saberei cada vez mais, espero – que o que me falta em compreensão visual do mundo tenho em compreensão sentimental, compreensão do que é feito a minha psique, a sua natureza e concerteza a natureza do ser humano. Penso que temos de saber apreciar a arte em si, não porque foi este ou aquele que a fez. Temos que apreciar a música como temos de apreciar outra arte qualquer, como a escrita, por aquilo que nos faz sentir, e nos faz despertar. Pode nem ser o (a) cantor(a) bonito(a), mas o som da sua voz pode ser divinal. Pode até não ter mais músicas que sejam interessantes, mas aquela é inesquecível. Mas, como tudo, os gostos são questionáveis. Tal como ‘Quem feio ama, bonito lhe parece’ assim as músicas que marcaram a minha vida e que eu julgo ser as que têm uma beleza especial, para outros podem não dizerem-lhe nada. Os gostos são relativos. Parece-me que há uma maneira de medir a extensão do ‘bonito’, a beleza da arte, é, precisamente, pelo número de pessoas que apreciam ‘aquele’ som, ‘aquela’ escrita, ‘aquele’ quadro, ‘aquele’ tipo de expressão. Quanto maior a capacidade que a obra produzida tem de mobilizar o maior número de pessoas, maior o seu nível de beleza. Talvez mesmo a grandeza da beleza da arte esteja no grau de capacidade de mobilizar os sentimentos humanos universais, que existem nas pessoas, por todo o seu ser. E é o espírito humano, dádiva de algo que nos transcende, que nos permite descobrir a beleza, e é sem dúvida ele mesmo criador de beleza. Posso dizer, por outras palavras, que a projecção que tem a obra criada lhe pode dar mais beleza ou ai encontra a beleza que nunca encontraria se não fosse projectada. Quantas possíveis músicas bonitas não ficaram no silêncio porque não projectadas, quantos poetas esquecidos nas malhas do tempo, talvez nem reduzidos a lendas, quantas escritas esquecidas, textos que poderiam ter enorme valor e que foram apagados da memória consciente da humanidade. Mas acho que tudo tem uma razão de ser. Os U2 são uma banda que se projectou e a projectaram e que perdurou, como se isso estivesse escrito que havia de ser assim. Tem estilos de sons variados, letras muito interessantes. E o que mais me interessa é o que a sua música me faz sentir, sons que me fazem relembrar, que me fazem sonhar, músicas que marcam momentos, da minha vida. E ela me faz um elo de ligação de mim com outros. Mas os sons serão ultrapassados, o mundo mudará e os sentimentos das pessoas mudarão, novos estilos aparecerão. E aquelas músicas ficarão marcadas na memória para quem vivenciou as situações ao som daquela música. E elas serão descobertas por outras pessoas, mas possivelmente já não representarão o mesmo significado original - e depois faz-se mais um remix e tal -. E há aquela música que tem de entrar no ouvido porque ela é forçada a entrar. Por vezes não gostamos, mas somos obrigados a vir a gostar depois de tanto ouvir a lenga - lenga. Não sou artista porque penso que o sou. Quero acreditar que, se um dia soubermos produzir, fazer obra, ai podemos ser artistas e produzir beleza, sobretudo se formos projectados pela vida. Assim acontece com aqueles que sonharam ser. E a beleza é ilusão. A ilusão faz parte do sonho, e pode ser alucinação. E o sonho faz o homem avançar. Como é bom recordar, e através da música tanto melhor.
E agora, aqueles que passaram hora ao relento para comprar o bilhete para assistir ao concerto que desfrutem dele depois que eu vou desfrutar da música deles aqui, ou no carro, ou num lugar, quem sabe, que passe uma música deles na rádio e que marque mais um momento e ai as suas músicas tomam novos significados.
sábado, 17 de outubro de 2009
Deus é uma entidade maculina?
'pq é q falas de deus como se fosse uma entidade masculina?' - Isa
Resposta ao comentário/pergunta de Isa:
Olá Isa. Eu não quero falar de Deus como uma entidade masculina. Aliás, penso que a Deus, como entidade não objectivamente identificável que é, uma entidade metafísica, não podemos atribuir sexo. Apenas na mente dos homens há o conceito [que talvez provenha da imagem religiosa masculina de Jesus 'que foi Deus que se fez homem', segundo as palavras da religião Cristã] de conceber Deus à sua imagem [dos homens]. Penso que parte daí a tua ideia errada (como a de outras pessoas, e que poderia ser a minha) de atribuir a essa entidade transcendental que gere tudo, Deus, uma característica (sexo) de seres terrestres, o homem por exemplo. Eu sempre que me refiro a Deus sinto-o como entidade metafísica e transcendental, logo assexuada, não como um ser concreto e definido - e mais, sinto plenamente que ele se manifesta nos seres de uma maneira geral, não só no homem, como também nos animais, nas plantas, na matéria, no mundo, e de forma geral no Universo [concordo com a ideia religiosa que diz que 'Deus está em toda a parte']. Acho que Ele é um todo que por sua vez está em tudo o que existe, cognoscível pelo homem ou não, Ele é a essência das essências, e não uma parte, como o podem por vezes conceber certas pessoas, de uma forma muito redutora. Repara que quando nos referimos a 'homem' [por exemplo na frase:'O homem é o culpado das vicissitudes deste mundo'], não só nos referimos ao homem, o ser masculino, mas também à mulher, o ser feminino, como se fossem uma entidade única e assexuada, curioso não é? Quando me refiro a Deus como sendo 'Ele', talvez eu me refira desse modo porque a palavra 'Deus' seja uma palavra (substantivo) masculina, mas isso não significa logo que, por consequência, seja uma característica de Deus, que Ele seja masculino.
Assuntos
Procura-se assunto para escrever num blog. Acho que muita gente procura. Eu sinto os assuntos a jorrar de mim para o vazio à medida que caminho sem aquela alma que deveria estar do outro lado a ouvir-me, dar atenção e sentir-se interessada por aquilo que tenho para dizer. Acho que vou começar de qualquer modo. Tenho tanto para dizer, tenho cada vez mais para dizer. As ideias fluem sem parar, as imagens passam e associam-se, a base de dados torna-se maior, e o tempo, esse, cada vez mais escasso e valioso. A motivação que nos leva a escrever, neste caso num blog, é o motor que pode durar mais ou menos conforme a qualidade desse motor, dessa motivação. E eu aqui sou um actor, eu sinto-me como tal, e no entanto não deixo de ser eu, mas, cada vez mais o sou. A motivação que me faz viver é a mesma motivação que me faz continuar a lutar por aquilo em que acredito. E aquilo em que acredito é: diga o que disser, faça o que fizer, ou simplesmente siga silenciado, tudo se resume a viver, porque eu estou vivendo! Luto pela vida porque a morte é certa e inesperada. Luto pelo poder que a vida tem, à minha maneira, da maneira que posso, porque mereço viver, porque algo que me transcende me diz que devo continuar a viver, doa o que doer. Uma motivação é sentir. Não devemos abdicar de sentir. Temos em nós a força da nossa vida, não devemos procurar no óbvio a força que nos faz viver. Eu procurei ardentemente no outro a força da minha vida, como se no outro estivesse o meu destino. São tão complexas as forças que unem os homens e no entanto como podem ser tão diferentes das forças que nos fazem viver e que só nós conhecemos. Essas forças que nos unem, essas energias que nos envolvem e que nos ligam e desligam uns dos outros são teias imensas, de tal modo que me custa a acreditar que tudo terá um fim, mas que aceitarei se assim o for, mesmo que nunca venha a ter respostas para isso. Por vezes, queremos dissertar sobre assuntos, queremos pegar num tema e desenvolvê-lo até mais não poder. E, eu, muitas vezes, pego no vazio e na incapacidade de aparecerem temas e desenvolvo as ideias que muitas vezes nada têm a ver, aparentemente umas com as outras. Eu desenvolvo, muitas vezes, temas baseados naquilo que sinto. Sei que posso estar aparentemente a falar no vazio, mas tenho a esperança que no momento certo tudo será dito e feito. Tudo têm um momento próprio para se fazer. E a gente sabe quando chega esse momento, porque o sentimos, assim eu o espero sentir. Idealizo o mundo à medida da minha experiência física e mental. E o mundo transcende-me infinitamente, embora eu ainda tenda a duvidar, e a questionar-me se o mundo não poderá ser abarcado pela minha mente conhecedora, é que tantas vezes me parece tão pequeno quando estou no meu mundo que confundo o que é o meu mundo com o mundo que existe lá fora e que açambarca o meu. Oh! Como é bela a semântica, como é bela na escrita, a dualidade de ideias dentro de uma expressão frásica. E digo dualidade como digo pluralidade de ideias que nos podem levar à esquizofrenia, ah, mas eu não queria ter mais medo, o medo é o que realmente não nos deixa viver. E, mais, falo também em auto – estimulação, a capacidade de nos desenvolvermos, ou desenvolvermos uma capacidade sem haver um estímulo real a provocar-nos tal desenvolvimento. São só assuntos e mais assuntos acerca do que se sente. Tanta maneira de dizer a mesma coisa que por sua vez trás tanta falácia, assim é o discurso humano do qual tentamos extrair o suco e tentamos apura-lo de modo a que sejamos cada vez mais perfeitos, aparentemente… Também tenho estímulos que me impelem a que me manifeste, a raiva é um deles, a contrariedade que me envolve, como se fosse realmente um ‘Mr Anger’ [expressão tirada do blog de ‘Mr Anger’, anger = raiva], que na verdade reside em cada um de nós.
Tanto assunto, e só um é o que é mais falado. O amor. Tanto assunto confundido num só, o amor. Tema que faz grandes músicas. O amor. Tema que nos faz mover. O amor… e o sexo. Antes só podia dizer amor, sexo era proibido, mas agora não, os tempos são outros, até já o diz o meu avô. Ainda bem que existe liberdade de expressão. Ainda bem que somos livres, e deixem-me que vos diga a crua e nua verdade, somos livres de destruir este mundo, desculpem que vos diga, mas os vossos filhos estão enterrados na lama e ninguém pode fazer nada. Como pode alguém pode confiar em alguém no mundo que corre? O clima de desconfiança é total. Desfrute quem pode desfrutar, porque quem não pode tem que aguardar por uma benesse que caia do céu. Que Alguém os salve, porque eu já não posso mais. Nunca me esquecerei, que ainda me chamaram burro. O burro era eu ?!!! Não posso mais, nem do meu destino sou dono. Como há gente tão cega? Desculpai que vos diga. Porque tenho eu que seguir este destino autómato? Acessos de raiva dão conta de mim, nesta vereda de palavras. Acessos, esses, que nunca se manifestam, a vida é demasiado curta para isso. Mas tenho que jogar este jogo, da vida, esta viagem eterna pelo mundo, tenho que entrar no jogo para viver, e no entanto eu não pertenço aqui. Eu que compreendo, pelo menos tento, acho-me vitima, de tanta incompreensão. Procuro a luz da coerência, a luz da coerência da minha vida. Outro assunto: A angústia existencial. O porquê de a minha vida ter sido assim e não de outro modo, porque não pude ser feliz quando queria? [A alteração do estado de espírito nota-se a cada frase que passa.] Como pode um homem seguir sereno? Como podes seguir sem conseguires dizer ‘desculpa’? Como me humilhei perante esta vida e nem sequer foste capaz de mostrar compaixão! Busco uma causa que responda à minha questão do porquê de mim estar aqui e agora assim. Porquê? Jamais serei eu quem te pode perdoar, o infinito Universo tratará de te julgar na justa medida. Anseio por ter uma paz, agradeço a que me é legada hoje. Desde o fundo da minha alma, até essa alma que está do lado de lá de um monitor ou onde quer que estejam, num espaço que eu nunca conheci com os meus olhos mas que eu o acolho com a minha alma. As almas vibram em conjunto, e juntas tem um poder, o poder mais alto que nenhuma alma só pode alcançar, esse é o poder do êxtase seguido da destruição. Não posso avançar uma data no tempo, porque o tempo é relativo. Mas posso avançar que é inevitável. Vejo seres que depositam esperança em tudo o que o homem criou, eles participam activamente dessa esperança, eles são o móbil da sociedade futurista, da sociedade que inventa e reinventa, acelerando o que é uma verdade inultrapassável, inabalável, e inconcebível neste ponto do tempo, a meta que todos anseiam alcançar. E o móbil é o mesmo de sempre: a sobrevivência, quero dizer, o amor, ou seja, o sexo, isto é, tudo à mistura.
Sei que posso significar tudo e posso não significar nada. Sei que posso ser o ‘assunto’ ou posso não passar de um conjunto de gatafunhos que não se entende nada. Mas uma coisa gostaria que nunca mais perdesse, era que eu nunca me esquecesse de quem eu sou, jamais, que jamais me voltasse a perder de mim próprio e da minha relação espiritual com o Universo. Porque há pessoas que dizem para ser este ou aquele e eu pergunto-me: porquê? Eu que não sou actor na vida, eu sou actor apenas na tábua rasa. Na vida todos me conhecem, porque EU SOU ASSIM COMO SOU, esta indefinição que se define nos espíritos daqueles que me vêem e sentem. Escolhe o que sou, mas pensa que terás que viver com aquilo que achas, o que pensas acerca de mim. Escrever pode significar um vazio, quando nas palavras que exprimimos não há consenso entre um vasto número, maior ou menor, de pessoas. Mas pelo menos temo-nos a nós como espectadores (e expectadores) de nós próprios, e resta-nos a consolação de nos termos a nós próprios como melhores amigos, de revermos e reinventarmos as nossas ideias. Temos que avançar, mesmo que não vejamos resultados imediatos, mesmo que nada faça sentido, mesmo que não sejamos reconhecidos, porque devemos ter a esperança que encontraremos o sentido algures no futuro, eu o espero. Devemos espalhar as sementes hoje para que no futuro as vejamos germinar, já agora as sementes do amor. Eu espalhei, eu espalhei… não é que o clima me atraiçoou? como eu posso perdoar o clima? E como eu posso perdoar quem manda nele? E quem mandará nele? Porquê (?) o meu destino, esta inter-relação entre passado e futuro, esta loucura de que alguém quer transmitir que o louco sou eu (?) Engole o que disseste (!), não cuspas na cara de quem está acima de ti. Desiste. Eu desisti. É verdade: arrependo-me e ao mesmo tempo não me arrependo. As coisas são como são, não há volta atrás. Mas a vida é justa, cada um tem o que merece. Queres que eu te empreste os olhos para veres pelo meu prisma, queres ser eu (?), então sê actor, e, nunca serás EU, porque um actor não passa de um palhaço -como eu o serei para muitos que lêem estas letras desgastadas pelo sono dorme! O universo te reequilibrará. Os assuntos? Não interessa… sê simplesmente, escreve simplesmente, dá vida às tuas palavras e ideias, dá-lhe alma, e elas tornar – se - hão vida – talvez eu o diga para mim próprio, tão-somente, para infligir em mim uma auto – energia de optimismo.
Até ao próximo assunto.
domingo, 4 de outubro de 2009
Deus faz-nos sofrer?
para que é que ele [Deus] nos faz sofrer?? :P
Johnybigodes diz:
*Eu acho que 'Ele' não nos faz sofrer....
*Essa entidade é indiferente ao que se passa em casos pontuais
*a natureza, que faz parte de Deus, age de forma indiscriminada no mundo por exemplo
*assim é a natureza humana, na qual Deus tem a sua intervenção
*Nós não passamos mais do que um 'caso pontual'
*acho
*Temos o dom de Deus por exemplo ao dominar e perceber as suas Leis
*E acho que o sofrimento não tem atribuição a algo que se possa definir
*Não podemos dizer que todas as coisas que de bom nos acontecem sejam vontade Dele para com a nossa pessoa em particular, assim o devemos pensar em relação ao sofrimento
*Para mim Deus está no conceito de 'Equilibrio' de tudo quanto existe
*esse Deus repõe 'equilibrios' em tudo o que ele abrange, que é tudo o que existe
*e isso pode querer significar sacrificar uma pessoa que seja para repor um equilibrio
*muitas das vezes esse equilibrio dá-se somente a nível das forças espirituais
quinta-feira, 1 de outubro de 2009
1347 palavras que eu vos transmito
Cá estou eu outra vez. Posso começar por dizer que na minha vida ando a vaguear, e por essas vagueações divago frequentemente. Se alguém já tivesse lido as minhas palavras já teria encontrado estas duas palavras que me caracterizam e que até são sinónimas também: ‘vaguear’ e ‘divagar’. Gosto de me perder no mundo das palavras e dos conceitos, gosto de me perder no mundo da semântica, o significado semântico das palavras, o significado metafísico das ideias. Gosto, mas tenho medo de me perder, do descontrolo que a mente tende a seguir em certos momentos, não me deixando agir segundo a normalidade que a cultura ‘me pede’ para ter. E, então, me dou a conhecer, a mim, aqui. É claro que nem sempre me sinto motivado para transmitir uma ideia, nem sempre tenho a energia que tanto desejava para o fazer. Sei que, como toda a gente que escreve ‘se enrola’, torna-se repetitivo naquilo que diz, e assim o é naquilo que se faz. Criamos rotinas na vida para podermos seguir mais facilmente. O meu ‘enrolamento’ dá – se na minha mente. E enrolo, dizendo que tenho algo para dizer, mas para mim o que digo torna-se repetitivo. Houve uma altura, antes do aparecimento da internet, em que escrevia sabendo que era só para mim. Quando foi a princípio, no descobrir das palavras escritas, no mundo das ideias que se transmitem para o papel, isso era magnífico, mesmo sabendo que era só para mim. Mas tudo isso se foi esvanecendo, esse maravilhamento que eu sentia. Eu sentia-me só a cada dia que passava. As minhas palavras eram como sons sem eco, ou então entoavam somente na minha cabeça sem ser transmitidas. Ainda agora eu sei que elas não são lidas por muita gente, quem as encontra não encontra nada que se realce na sua mente, penso eu, ou então talvez não se queira perder por este emaranhado de palavras que parecem fúteis ou ainda não tenha capacidade para as interpretar. Mas a possibilidade de as colocar aqui e saber que alguém as encontrará aqui – e logo me encontrará a mim - muito facilmente num futuro, alguém que procure uma escrita diferente, uma analise da vida, de um ponto de vista de uma pessoa (que sou eu) que foi única na sua maneira de sentir e pensar o mundo e também na maneira de agir, é como se eu já pudesse antever e pressentir o ‘feedback’, o ‘eco’ das minhas palavras no tempo, que não teria nada a ver com as minhas folhas amarrotadas que alguém iria encontrar - se eu não entrasse em paranóia e as destruísse para não serem vistas, como se fossem indignas -. É claro que estas palavras não têm uma cara que as identifique, eu não dou a minha cara a conhecer, as pessoas ‘constroem’ essa face, que é a minha, segundo o que sentem ao ler. E eu, quando falo, falo de dentro de uma profundidade que um ser humano tem, um espírito que está em comunicação com os outros, não sei de que maneira isso se realiza, mas isso acontece. Os espíritos humanos interagem. Posso dizer que navego na génese dos sentimentos, encontro-me muito próximo de compreender mais amplamente a essência dos sentimentos, do sentimento humano, a todo o tempo (e cada vez mais à medida que o tempo passa). A minha mente anda sobreexcitada e onde quer que passe, sobretudo se não conseguir fingir a norma de comportamento que as pessoas têm. Sobretudo em hora de me manifestar, na hora em que não consigo passar sem ser notado, eu capto a atenção dos espíritos que me envolvem, quer para o bem quer para o mal. Os espíritos das pessoas tendem a manifestarem-se de formas muito previsíveis para mim, e levam as pessoas a ter as atitudes mais estranhas de comportamento, e que hoje podemos captar com as imagens televisivas. Por exemplo, quando eu estou em baixo, à minha volta tendem a aparecer pessoas que me atacam a minha personalidade, um conjunto de azares tendem a aproximar-se, pessoas indesejáveis aparecem, a vida deixa de fluir convenientemente e normalmente para mim, como se um mal atraísse outro. Para que tudo volte ao normal, tenho que normalizar o meu espírito sobreexcitado e tudo volta ao normal a pouco e pouco, se isso for possível, dentro do tempo próprio. Pode parecer normal que assim seja, para muita gente, mas eu analiso isso em profundidade e de que modo isso tem afectado a minha vida ao longo do meu tempo de existência, uma existência feita de mal-entendidos e incompreensões pela parte alheia que eu não consigo ‘corrigir’ e ser assertivo no momento próprio e que se têm acumulado ao longo da minha existência. Auto – compreensão é o que tento ter na minha vida agora, para não entrar em auto comiserações como já aconteceu e acontece a muita gente que se destrói com essa característica. Não temos que ter pena de nós próprios pelo que sentimos e o que nos sucede, porque, acredito, isso leva a que fiquemos mais fragilizados, como se o que sentíssemos fosse indigno, como se não pudéssemos sentir da maneira que sentimos, como se não pudéssemos ser diferentes. E é difícil ser-se diferente, como eu sei isso! Graças ao meu destino, graças à sorte também - que tenho feito por ela -, não tenho tido das piores vidas que há, apesar da enorme solidão que senti, e de ter sentido a minha vida desabar completamente perante a minha pressagiosa e prognóstica mente, perante a assistência da minha auto regulação espiritual, que viu [a mente] todo um futuro de ideias e sonhos a cair que nem baralhos de cartas. O futuro tornou-se tão imprevisível que vi realmente e gradualmente que a vida é ‘um tudo’ que se constrói a cada passo e que tem que se manter com muita energia e inteligência mas que se pode transformar num vazio quando as nossas aspirações são deitadas por terra, quando queremos andar e não nos podemos desprender das amarras com que o passado nos acorrentou. E a música deu-me liberdade no meio desta prisão, é o meu ópio. O meu sentir solitário e inexprimível verbalmente (e inexprimível existencialmente pelo que sou), ou ainda, devido a esta minha incomunicabilidade com os outros seres [porque agora sei que alguém me privou dos bens maiores que se pode ter que é sentir-se livre de transmitir as suas ideias, de manifestar a sua alegria e tristeza e de utilizar humanamente as energias que um jovem tem], aprendeu a sentir a Universalidade dos sentimentos. E, assim, sinto nas palavras dos outros, nos seus sons, nas suas músicas, em toda a manifestação de ideias e sentimentos sob as formas emotivas que se formam [como a música, a informação etç] aquilo que eu não conseguia transmitir. Lembro-me, eu, no princípio deste fechamento sentimental e emocional - em que me refugiei na escrita e no mundo dos pensamentos, num transe que me levou a estar aqui e agora, ainda porque o meu destino é este e não pode ser outro – que já analisava o que eram os sentimentos e as emoções. Para mim, a emoção (ões) é (são) claramente a(s) manifestação (ões) do(s) sentimento(s). Consigo entender a repressão de emoções que tenho tido ao longo da minha vida, a contrariedade de sentimentos e mais, a frustração de sentimentos, com razão de ser, que são reprimidos e não são manifestados porque não convém a alguém que me envolve. Acho que, depois de toda a análise que tenho feito na minha mente, sou um homem privado de liberdade, com défice na manifestação das mais básicas maneiras de a gente dar a conhecer o que se sente, na manifestação e recepção do amor [também incluído nisto]. E só nesta escrita sinto a libertar-me, quando, mesmo que esta mensagem não chegue a um interlocutor, sou capaz de me rever, mais tarde, compreender, formar mais uma ideia que tenha coerência, e seguir inteligentemente o meu caminho, segundo as minhas possibilidades.
Desejo comunicar e encontrar eco. Desejo emocionar-me e sentir o feedback ‘positivo’ dessa manifestação dos meus sentimentos.
Até breve.