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Uma criança dotada de infinita esperança e determinação, mas que é dominada por
suas inseguranças e uma permanente má sorte, e
aqueles que o cercam muitas vezes se aproveitam disso >>.
Assim
começo, hoje, aqui. Adivinhem a quem se refere a citação.
Pode referir-se
a alguns de nós, nessa fase das nossas vidas. Fase que tão marcante é para
todos e que, pensa-se, marcará indelevelmente quem seremos, se é que já não
estamos condicionados a actuar de determinada maneira segundo aquilo que
sentimos e aparentamos ser, etc, para abreviar a questão que permanece por
entender, se é que já não foi entendida mas ainda não chegou a toda a gente, Genética VS Ambiente. Ou talvez a
citação já não se refira a alguns, porque, talvez todas as crianças de hoje sejam
superdotadas de capacidades sociais, emocionais e inteligências soberbas, sendo
que tudo aquilo a que a ideia da citação se refere esteja, felizmente,
ultrapassado. Invejo-as, se for assim, de não ter nascido no tempo certo para
ser como elas, sem, no entanto, estar insatisfeito com o que sou, enquanto, de
algum modo, estiver conectado em algum tipo de sintonia com o Mundo, enquanto
tiver a minha saúde fisiológica mínima, enquanto tiver, ao menos, uma
oportunidade de viver mais um dia. Neste Mundo da escrita que pode ter sentido
ou não, algumas vezes propositado, eu revejo-me ao escrever sabendo que o meu
acto ganhará sentidos que são fractais (no
sentido do tipo de uma ramificação de uma árvore, assim o é também a forma como
a evolução dos seres do mundo se deu, ou seja, fazemos parte de uma grande árvore
que teve inicio numa semente, falando em conceitos gerais, num ser orgânico que
seria primeiro uma simples célula, à cerca de 4 mil milhões de anos, para não
irmos um pouco mais além, ainda, nesta imensidão tão difícil de entender, mas
que faz sentido se assim o procurarmos, ou se a sorte nos permitir entender, se
isso de entender for sorte…), tentando fazer-me de conhecedor (o que acabei
de fazer chamamos de humildade, à moda do Filósofo Sócrates da Grécia antiga,
humildade incómoda para determinadas pessoas, certamente). Parece-me que ao
agirmos, e eu diria mesmo mais, que, ao pensarmos, isso acontece a cada um de
nós, sejamos humanos ou não, as consequências tornam-se fractais, num sentido
de como uma árvore cresce a partir de uma semente, se assim puder exemplificar rapidamente.
Assim será o Efeito Borboleta, muito
provavelmente. O efeito
fractal tende para o finito, dentro do infinito, como pude reter.
E ao dizer isto não disse nada de novo, para alguns…. Parabéns a
esses que assim o sentiram, são infinitamente melhores do que eu a entender as
coisas. Mas eu posso falar para mim? Monologar? Sim, mas se o monólogo for
visto por outros isso dará outro sentido ao monólogo, haverá uma avaliação do
que é dito no sentido de para a próxima se fazer melhor, assim como a evolução o
dita, seja isso manifesto ou não. Podemos mudar o Mundo como Eric
Clapton canta maravilhosamente Change the World. Agora, se é para
melhor (que podemos mudar o mundo), só vendo o resultado das nossas acções, mas
acho que no fundo, somo apenas mais uns seres usufruidores do que esta terra
nos tem para oferecer, e apesar de auto intitulados inteligentes, não
conseguimos parar um ímpeto superior que terá que se cumprir, e que nenhum ser,
numa ‘posição superior’, passe o conceito, pode mudar. Mas, mesmo, muitos dessa
‘posição superior’ agem como que não querendo saber das consequências de seus
actos, alguns que tem o poder de influenciar positivamente mais marcadamente
essa mudança ou pelo menos estão, aparentemente, nessa posição de poder influenciar
muito os destinos da terra não o fazem, no entendimento que temos no presente,
porque até podem estar a agir bem e a gente pensar que não, mas, dificilmente
será assim. Não podemos retirar o direito à vida, mas não podemos ignorar que
todos somos diferentes na nossa maneira de pensar o Mundo, e que essa diferença
acentuada pela quantidade de seres usufruidores e consumidores desta terra, a
continuar assim, muito rapidamente irá levar a algo que é impensável para a
maioria das pessoas que continuarem a ignorar o apelo de vozes de perigo
iminente, o futuro está já aí e todos temos direito à vida, mas uns mais
do que outros, será sempre assim. E conversa é só conversa, a realidade fala
mais alto, ainda para mais neste mundo de imagem e comunicação instantânea em que nos encontramos. Talvez
haja esperança para muita gente, que conseguirá adaptar-se apesar de toda a
adversidade, e os seus descendentes serão os últimos a desaparecer. Essa
esperança, nesses termos, não reside em mim. Somos o que somos, acontece-nos o
que nos acontece por uma ou mais razões que poderemos ou não descobrir, ou
vislumbrar, pelo menos, tentando.
A
simplicidade e/ou a humildade fere. Compreendo que eu compreendo isso dessa
maneira na minha vida, porque me foi dado a entender dessa maneira na minha
vida, repito. Decerto, a simplicidade fere e escandaliza quando os seres que
envolvem essa simplicidade se acham superiores e inconcebível que possa existir
a simplicidade e a humildade no ato de agir. Mas ainda está para vir, talvez, o
dia em que esses dois conceitos se tornarão em uma força que é desvalorizada,
porque certezas não há na idealização, e, no entanto, ela pode estar já a
dar-se sem que se apercebam os valentões do mundo. Talvez se esteja a dar um
vice-versa, em muitos aspectos da vida.
Penso
(tenho para mim) que a fisiologia de uma pessoa, poderá estar relacionada com
aquilo que essa pessoa poderá fazer na vida, esses são os limites que não
poderão ser ultrapassados só com o passar do Tempo. Como pode uma Psiquê
trabalhar bem num corpo com uma fisiologia que não corresponde? As pessoas
evoluíram para adaptar-se a determinados espaços e situações, sem esquecer que
a evolução faz tentativas, e quem tem o azar de ser uma tentativa mal adaptada
tende a sofrer a ‘rejeição’ natural da evidência da sua condição. Mas,
certamente, se não se insistir naquilo que não se conseguirá fazer jamais, e se
se procurar as situações e lugares certos para se estar, se for possível encontrá-los,
poderá ainda assim viver segundo o que é. A ‘má sorte’ poderá ser minimizada,
se se tiver a sorte de poder fazer por isso. Pessoalmente, não aceito rótulos, não posso admitir isso. E se eu tiver um Padrão que possa explicar,
simplesmente, o que eu sou e o que eu faço, mesmo que ele seja negativo e eu
não o aceite, quero compreender o porquê de eu pertencer a esse Padrão.
A
incompreensão reina nas pessoas, algumas pessoas, tendemos a pensar que os
outros vêem e sentem como nós, por nós conseguirmos, os outros também
conseguem, se assim fosse, qualquer um era qualquer coisa, ‘todos seriam
capazes de’, todos eram os melhores, mas não. A minha verborreia tal como a da
entropia das palavras do mundo tendem a ocultar o que está correto, as veias do
que é a verdade, do que é a essência do conhecimento, trazido por essa mesma
entropia de palavras que circulam. Até tenho medo das pessoas e das suas reais
intenções, porque tendo a acreditar que sei o que vai por trás das coisas que
se manifestam, embora eu teime em não querer acreditar cabalmente, ainda,
nisso.