Tudo é bom porque o sentido está no fim de tudo, no auge de toda uma vida. O sentido está na despedida e no reencontro, no adeus e no olá. Só no fim de tudo encontramos o prazer nunca até então entendido, só no fim ou no final das coisas, em que fazemos um rewind (puxar atrás a cassete) e as sentimos a percorrer a nossa mente a uma velocidade fulgurante, à velocidade da luz
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domingo, 14 de dezembro de 2008
Chris Daughtry - Home
I'm staring out into the night
And trying to hide the pain
I'm going to the place where love
and feeling good don't ever cost a thing,
And the pain you feel's a different kind of pain
I'm going home to the place where I belong
where your love has always been enough for me
I'm running from you know I think you got me all wrong
I don't regret this life I chose for me
But these places and these faces are getting old
So I'm going home
The miles are getting longer it seems
The closer I get to you.... babe
I've not always been the best man and friend for you
But your love remains true and I don't know why
You always seem to give me another try
I'm going home
To the place where I belong
Where your love has always been good enough for me
I'm running from you know I think you got me all wrong
I don't regret this life I chose for me
But these places and these faces are getting old
Be careful what you wish for
cause you just might get it all
you just might get it all and then some you dont want
be careful what you wish for cause you just might get it all
You just might get it all
I'm going home to the place where I belong
Where your love has always been enough for me
And I'm running from.. you know I think you got me all wrong
I don't regret this life I chose for me'
But these places and these faces are getting old
But these places and these faces are getting old
I'm going home
I'm going home
Fonte: internet
Relembrando
(...) acho que a tua vida foi muito plena de sentido, um sentido que talvez eu mesmo não venha a encontrar, mesmo no tempo que nos separa. (...) acho que a tua vida é muito significativa, não deves desistir e deves ter esses momentos bons nas tuas memórias sempre (memórias= mente, fotos etc), não para te entristecer, por saudade por exemplo, mas para te darem ânimo para caminhar até não mais poder, e esperança, de voltar a sentir bons momentos. Acho que deves relativizar os sentimentos maus, não olhar só para eles, os da fobia por exemplo, e tentar concentrar nos sentimentos bons. Eu sei que é difiçil, eu mesmo sinto essa dificuldade, mas é nesse sentido que tento seguir, tentado segurar a barra que é a minha vida também, com esforço, e tentando superá-los com sabedoria e inteligência (que tento adquirir), inteligência essa necessária para aplicar a sabedoria. Mas também sinto que posso cair a qualquer momento, que um destino menos bom me arrase, por isso me agarro com todas as forças ao que tenho. E o que tenho, quando não mais, é o meu ser, o meu passado com momentos que fazem sentido, momentos verdadeiros apesar de simples e humildes, os meus ideais (que é bom compartilhar com alguém que nos esteja disposto a ouvir, se possivel compreender, contigo neste momento de abertura, ter internet também é uma ligação ao mundo, da qual não prescindo, enquanto a puder ter). Por enquanto consigo dizer, ainda continuo na luta. Eu, por exemplo, sinto-me melhor quando acho que compreendo melhor a minha vida, isso é algo que me faz querer continuar e saber mais e viver mais apesar das dificuldades. Também sei que muitas vezes são os outros que me fazem sentir mal, não sei se contigo se passa o mesmo, por querer que siga caminhos, ideais, maneiras de ser que não são as minhas, que não se coadunam com o meu sentir e o meu ideal, com aquilo em que acredito, no fundo. E os meus ideais entram em conflito com os ideais daqueles que me envolvem, mesmo familiares, por exemplo. Talvez seja esse sentimento de unicidade do nosso ser interior (porque somos únicos apesar de termos mais ou menos pontos de afinidade com outros) que nos faz sentir sós mesmo estando com quem nós amamos, pelo menos comigo é isso que se passa. Eu sei que sou reservado e timido (...) mas até isso tem explicações, e uma delas é que sou-o muitas vezes porque acho e muitas vezes é verdade que os outros não me vão compreender, porque sei que os meus assuntos e sentimentos não seriam compreendidos, se eu os verbalizasse para essas pessoas com quem estou, ou porque o momento ou o contexto nao é o indicado. E a verdade é que mesmo que o momento seja o indicado, eu retraio-me muitas das vezes, mas isso já tem outra(s) explicação(ões). Respeito o que sou e o que sinto, e sei, agora, que ninguém me pode fazer sentir o contrário a não ser que eu um dia perca o meu norte, o meu tinor, a minha liberdade (e há tanta gente no mundo que me parece que têm prazer em desnortear os outros, em condicionar - nos, pelo menos na minha vida é). E ser quem sou, sei que significa muitas vezes, estar só, não ser compreendido, ter desejo de ser outro e não conseguir, ter desejo de seguir os ideais da moda e não ser capaz de acompanhá-los, amar e não ser correspondido, sentir-me um reles ser quando na verdade deveria sentir-me em alta, ter medo em afirmar-me e de ser bom, ter medo de ter muito a perder quando na verdade não o terei. (...)
sábado, 6 de dezembro de 2008
Mitigando a vida na busca de respostas
Como pode um homem viver quando o mais básico lhe é negado? Como pode um homem, que anda com o coração na boca, em erupção constante, silenciado - em que lhe é negada a mais básica manifestação de expressão, uma palavra certa no momento certo – incapaz de pensar em sociedade, encontrar os elos de ligação que unem os homens, que o une aos homens? O mais difícil é não ser levado na corrente, mas há homens que o fazem. Há homens que se desligam dessa teia, conseguem libertar-se de uma (ou várias) teia (s) humana (s), para cair noutras malhas, ainda mais fortes. E não sei qual será melhor, se ser levado pela corrente ou se libertar-se dela e não sentir a pertença a algo, algum lugar, a alguém - porque, reafirmo, ninguém é de ninguém, se bem que cada vez mais dependemos uns dos outros [talvez em direcção à unidade] –. E não pertencer e libertar-se pode muito provavelmente significar o entrar numa ideologia própria e sentir-se só - porque poucos se encontram que partilhem ideais tão vastos quantos aqueles [esses que se libertam] alcançam, ou então não os descobriram, ou então, ainda, serão cegos e não os vêem, esses, os seus congéneres, estando eles lado a lado, ao nosso lado. E esses ideais vastos têm em si e demonstram [no íntimo de cada um, que é capaz de ver e ouvir mais além, de chegar onde mais ninguém ousa chegar], um pensamento intrincado, uma refinação do pensamento, a atenção do Universo dirigida para o ‘Eu’, um mundo de palavras com um sentido intenso, que quando não compreendido e reconhecido, quando não nos deixam ser quem somos, nos leva a uma decadência. Há momentos mais ou menos longos, ou mais ou menos curtos, em que somos tratados de coitadinhos. É certo que, de certo modo, isso é importante, nesses determinados momentos, nas nossas vidas, como uma mão que nos é estendida para que possamos subir o palanque, quando a força ou a falta de jeito nos falta. É um sinal de misericórdia desses que connosco se deparam, um sinal de que um dia também podem precisar dessa mão que foi ajudada. Mas um homem tem que lutar, seja de que forma for, para que não se reduza a uma insignificância, para que não seja tratado abaixo de cão e não fique prisioneiro em si próprio. Quantas palavras vãs não são [proferidas pelos outros e] dirigidas, erradamente, ao ‘Eu’ (!). Quantas vezes é necessário esquecer ou engolir em seco (!). Quanta banalidade e baixeza se ouve e se vê (!). E o ‘Eu’ capta esses momentos do interior humano e forma o ‘mapa genético’ desse interior que se manifesta, desse interior que é observado por uma mente que penetra no fundo dos seres. E o ‘Eu’ surpreende-se com o que vê – que é como quem diz: com o que sente -. Lembrai – vos, vós que andais com o sentimento de impunidade, a liberdade tratar – vos – á como agires. E é um jogo de sentimentos que anda na baila, uma brincadeira com sentimentos que fluem complexamente na sociedade. Porquê este medo de influenciar e ser influenciado (?), se sabemos que hoje, mais do que nunca, este jogo é vivo e excitante. Porquê o medo de sair do mais difícil (?): o equilíbrio utópico que se procura. Mas o medo alguma razão de ser terá, e eu, pessoalmente, respeito – o. Foi esse respeito e penso que é esse respeito que faz com que me respeitem. Houve uma altura, que reconheço na minha memória, em que senti um completo desprezo pela minha vida [por parte dos outros], as pessoas estavam votadas a esquecer-me - sinto esse sentimento como se fosse hoje -, eu não me reconhecia. Minhas mãos escorregavam pela encosta abrupta na esperança de encontrar uma última força e conseguir segurar-me nalguma saliência. Senti como um homem pode ser esquecido e o impensável dar-se a qualquer momento. Jamais o meu pensamento se projectava no futuro, como se deve projectar qualquer ser humano. E nada do que eu fizesse mudaria a mentalidade instalada nas pessoas, eu era algo do passado, uma esperança desvanecida. Eu estava desprovido da minha auto – consciência, ou não a reconhecia ou então não tinha a noção dela. Senti a minha sintonia perdida com as pessoas, não acreditava nem conseguia antever que forças me iriam ajudar a sobreviver. Jamais pensei recuperar um bocadinho do muito que recuperei hoje - como se eu tivesse recuperado –, o insignificante para alguns que para mim é tudo. Eu contornei, eu criei calo, eu estou insensível, mas sinto o tacto nas profundezas do meu ser, eu imagino tudo o que não posso tanger e a minha mente me permite alcançar. Afinal, seja de que modo for, eu sei que pertenço a uma mente colectiva, eu consigo compreender, à minha maneira que seja, as pessoas e o mundo. Aprecio a humildade e simplicidade antes de tudo num ser, o que aliado à inteligência, glorifica esse ser humano. O equilíbrio entre as qualidades e defeitos é algo difícil de atingir, mas eu acredito nessa possibilidade. E o meu ideal é válido, nem que eu um dia não saiba quem sou ou quem fui, mas, agora sei que ele é valido eternamente. Porque se querem silenciar as palavras? Porque uns tem o direito de influenciar e outros não? Porque uns fazem parte activa na sociedade e outros são seres passivos, apáticos, diria mesmo? O meu carácter é formado por um desejo intenso, como o de qualquer ser humano, sou dominado por emoções que revelam sentimentos e que me dominam intensamente. No entanto é-me negada a irreverência na mais primordial existência do meu espírito. Como pode um homem aguentar em tensão toda uma vida? Como pode um homem viver quando esse homem sente a sua vida pendente de um linchamento silencioso, como se o destino o quisesse fazer desistir? Desde sempre vi faces, olhares a cruzarem com o meu. Desde sempre sonhei e alguém foi sonhado. Desde sempre reconheci certas faces mesmo sem as vislumbrar. Desde sempre senti essa frequência [dessa onda, neste espírito sequestrado pela emoção]. Mas a contrariedade dos sentimentos impera. Essa fuga da envolvência, essa fuga dos sentimentos, das expressões, condena. Não espero encontrar a verdade, mas continuarei à procura de respostas, e serei um ser brevemente satisfeito, se as for encontrando, e as puder adequar à realidade, a minha realidade.
sábado, 29 de novembro de 2008
quarta-feira, 26 de novembro de 2008
Jóia
terça-feira, 18 de novembro de 2008
As ideias que se perpetuam
As ideias perpetuam-se no nirvana, no espaço sideral, onde poucos o podem alcançar, onde Deus é, foi e estará sempre presente. Assim, as ideias morrem na mente finita da gente, mas no Universo existirão sempre.
quarta-feira, 12 de novembro de 2008
Ondas de esperança - solidariedade, tolerância e realismo
Devemos abraçar cada dia que nasce com esperança, como alguém que faz surf e está à espera que a onda se propicie. E a onda tarda em vir, mas a onda, quando persistimos, vem, demore o tempo que demorar. O dia que desejamos está à nossa frente, não podemos desistir. Mesmo que o furacão apareça e nos encontremos no meio dele, a esperança deve estar lá, porque até naquelas ilhas onde o sol brilha com tamanha claridade e as águas são mais límpidas como não há outras iguais, o furacão também passa e destrói, mas nada fica perdido, porque o essencial está lá. Há que ter fé até ao fim, e ser realistas, nada do que é material e corpóreo é eterno, há que aceitar que a antítese está presente neste mundo assim como no Universo, para um pólo positivo há um pólo negativo, para um Universo visível há um Universo invisível, que não se compreende, mas que faz parte do que é visível. Assim, como pode o homem querer prolongar o que é finito, prolongar a alegria quando a tristeza vem, porque se persiste? Porque não saímos de palco nesses momentos e damos lugar a quem a tenha, a outros actores? [Eu já fui actor de outras cenas e cenários, mas retirei-me, mesmo que isso me fizesse sofrer.] A alegria está na transição e na mudança, no crescer e no envelhecer. A vida alegre não está no momento estático eternizado pela foto, naquele que sorriu para um momento de boa disposição. Devemos persistir sempre, mas mudando de cena fazendo um novo cenário, mesmo no sítio onde fizemos outras cenas, mas, agora, esperando por outro momento, o adequado para fazermos as novas cenas e o novo cenário. ‘Fazem-te ver’ que a vida é só alegria, eu sei. Mas a verdade é que a nossa vida tem alegrias e tem tristezas, tem felicidade e tem depressão, de que modo pensas que a vida é? [eu não via isto assim, porque não vês que é assim?] A vida deve ser mesmo assim, e devemos aceitá-la como ela é, persistindo, e se possível com inteligência e vigor. A vida é uma estrada sem fim, se assim o quisermos, se assim o desejarmos, sê – la – há, porque poderemos tanger a eternidade dentro das nossas vidas, que serão infinitas dentro de um espaço tão pequeno, quando aceitarmos que somos o que somos, não seres abandonados, mas seres amados, porque até o mais débil dos seres foi amado, até mesmo aquele que foi mais maltratado. Aquilo que somos pertence a todo o Universo, cada um de nós é um grão de areia numa praia da imensa terra, cada um de nós é um suspiro na eternidade climatológica da terra, feita de sol e amenidade, vento e tempestades. Aquele que se revolta contra o outro, revolta-se contra si mesmo, porque os homens são todo Um só, mas mesmo essa ira lhe será perdoada. Porque não cabe a ira na incomensurabilidade do Universo. E um homem tem de ser duro, duro para a vida que lhe é dura, e um homem morre a lutar por aquilo em que acredita, só é pena que por vezes acredite tão pouco… porque pouco lhe foi ensinado e porque o espírito lhe foi fechado, ou, nunca aberto. Penso nos outros de quem falo como penso em mim, no passado que reconstruo vezes sem conta, naquilo que não voltarei a ser, mas que sempre serei. E sou tolerante para mim mesmo, porque sou único na maneira como faço a gestão do mundo, não haverá ninguém igual a mim, e ao mesmo tempo o que de bom eu tenho e faço, todo o suco, a essência de que sou feito perdurará até aos confins dos tempos, onde tudo voltará a ser o que foi, tenho fé. Não podemos buscar nos outros aquilo que somos, mas tudo que somos pertence a todos os seres. Temos fé numa imagem, num homem, que venha pôr ordem neste mundo. E ele ai está, temos fé nesse símbolo que se pode tornar marcante para a humanidade, que vai encaminhar a humanidade, ele tem poder. Não interessa como lá chegou, mas decerto uma Entidade superiora o quis, foi uma probabilidade que não teria acontecido mais vezes, porque nada se repete e nada volta atrás, assim como nós não nos repetimos. Aceita o beijo da vida. Tudo o que dizes já está dito na eternidade da existência, mas digas como o disseres, se fores genuíno, será ainda mais diferente do que aquilo que és. É tão bom partilhar, é tão bom sabermos os nossos limites e cabermos estritamente dentro deles. É tão bom (!), a evolução, saber que alguém já sentiu o que sentimos, e devíamos agradecer a essa pessoa por nos transmitir o que para ela foi imenso tempo de cogitação, reflexão, até que extraísse o que de bom se poderia tirar da sua existência e poder transmitir aos vindouros que se encontram com as suas palavras. Também temos medo da mudança, claro. Mas a mudança é inevitável, e não há ninguém humano tão superior assim que possa dizer que certa mudança não é útil, que seja capaz de a parar. Apenas podemos encaminhar essa mudança, nunca parar. Quantas sociedades já não houve nesta terra, e nunca, nenhuma tão interactiva como a nossa, capaz de gerar as mais profundas esperanças e ao mesmo tempo gerar o medo mais profundo. Mas afinal, medo de quê? O fim é certo, viver é fantástico, respeitar e tolerar é essencial. Primeiro está a sobrevivência do ser humano, mas depois de os recursos não chegarem, quando novas guerras e catástrofes chegarem, como será? O fim é certo, o sofrimento sempre existiu, mas o homem tem de ter respeito, e o homem será sempre um animal antes de se tornar humano, na acepção positiva da palavra, e esse facto – o de ser um animal - sempre estará antes dele, até ao fim. Como evitar a luta entre os seres, que serão sempre diferentes. O fim é certo, somos tão frágeis (!). Não me sai da cabeça essa evidência – O fim é certo -, e isso me dá alento para usufruir da vida que possuo, assim como gostava que muitas pessoas que merecem o tivessem - esse alento. Sim, sou altruísta. Mas muitos fazem desta evidência um lema, e pensam então que podem fazer tudo, que o sentido da vida está em usufruir, em ter sem olhar a meios, em pisar, em odiar, como se ficassem impunes. E depois procuram apoio quando estão no fundo e um dia descobrem que a vida não é assim como eles a viam, se é que dão o braço a torcer, insistindo nos mesmos erros. E muitos pensam que o dinheiro compra tudo. Como posso, então, ser altruísta para tais pessoas? Cada um tem que se redimir, daquilo que é. Mas estarei sempre ao lado daqueles que são simples e puros na sua conduta interior, ou mesmo não sendo simples, agem de forma correcta e sabem conter e gerir os seus impulsos destrutivos, e sabem ser humanos, na verdadeira acepção da palavra. Quanta ira já não passou por mim, quanta ira (!) raiva e frustrações, quantas questões me coloco no meu espírito, o porquê de me acontecer isto (?), ter asas e sentir-me atado e não poder voar. Quanta raiva investida em mim e o quanto isso não me destruiu, quanto não me fez e fará perder. Mas sei que tudo tem uma razão de ser, a serenidade tenderá a vencer. E mais do que me destruir, isso só me fez perder momentos e situações que eram justas de eu poder usufruir. E não é pelo facto de haver biliões de pessoas no mundo que estão em situação pior do que a minha que me faz acalmar essa frustração, é, simplesmente, porque eu apenas queria ser eu, e não me deixaram ser. E agora eu sou cada vez mais eu, e o destino me permita que cada vez mais eu seja. Que eu veja os meus inimigos a vacilar, que tenha tempo para isso, que eu viva o tempo suficiente para ver a injustiça a ser punida, que eu sem mover uma pena eu mova o mundo, ou será que é pedir muito? Que não haja um amor banal? Que esse amor seja especial? E lembra-te, não adormeças quando não deves, porque quando o fizeres será tarde demais, mas se acordares, acredita, alguém te protegeu, alguém pensa em ti, nem que não saibas quem é, acredita que por cada acção que tu faças há sempre um motivo, e aumenta a tua auto-consciência deste mundo humano, na verdadeira acepção da palavra, para que possamos viver em solidariedade, tolerância e realismo.
domingo, 9 de novembro de 2008
'Um mundo sem Deus converte-se num mundo de egoísmo' - observação a Zénit
terça-feira, 4 de novembro de 2008
A vida não nos pertence
Será que controlamos alguma coisa da nossa vida? Vemos o Universo por um prisma que nos foi legado. Tudo à nossa volta acontece segundo o que somos, segundo como agimos e pensamos. E somos profundamente incompreendidos, pelo sentir comum. As emoções à minha volta falam sempre mais alto. E mesmo que compreendam, isso não [me] serve de nada. Para muitos são os outros que estão sempre no lugar errado, para mim, eu não tenho lugar junto dos outros, eu estou sempre a mais, eu sinto-o e já não me podem negar isso, como alguma vez me fizeram querer. Eu vejo agora como nunca vi. Talvez seja uma lucidez passageira, não sei quanto tempo pode durar nem quanto mais posso aguentar assim, não sei o que será de mim. Muitos dirão, não estás a ver bem. Mas estou, por demais (!). E ninguém me pode tirar aquilo que sinto e vejo na minha mente. Quem luta comigo com sentimentos acaba-se por magoar [pelo menos tenho essa falsa ideia na minha mente]. Quando os sentimentos que me abordam são hostis, eu sinto-os em todo o meu ser, e a avalanche de sentimentos sucedem-se em catadupa, cegando-me. Mas em vez de reagir, lutando, fecho-me nas profundezas do meu interior, na esperança de que essa força oculta me proteja, acreditando que o silêncio é mais forte que a ira de quem me aborda. Tenho seguido a minha vida tentando ter esperança, de que tudo mude para melhor. Tomo a pílula da felicidade, receitada pela Dr. Sílvia Albuquerque e Castro, todos os dias da minha vida na esperança de que ela alguma vez me restitua aquilo que alguma vez foi genuíno [pelo menos penso que tive algo de genuíno, algum dia passado, na minha vida]. Tomo-a dia após dia, na esperança de que tudo seja menos doloroso, como se eu tivesse uma dor. E sei que não posso desistir, mas também sei que vou vacilar como um bêbedo quando tiver que ir à luta verdadeira, quando a protecção da sorte se desvanecer, quando eu não tiver um lugar onde me possa encontrar, quando me pressionarem ao ponto que já me fizeram de uma outra vez, a querer que eu ande, quando os músculos se me tolhem, a querer eu pense, quando tal não me é permitido, a querer que eu aja, quando estou asfixiado pelos sentidos, a atropelarem-me em lugar de me dar a mão, com compaixão [e eu não a aceito, porque tenho o meu orgulho de ser humano, o que me resta pelo menos]. Eu sou o veículo das emoções mais altas, daquelas emoções que fazem os homens alterarem-se não se conseguindo dominar, porque não foram treinados, nem foram talhados para isso, o prisma deles é outro, e nunca se questionaram sobre aquilo que os move, como se ainda fossem seres primitivos. E são eles quem destroem, mas na realidade sou eu quem me sinto o destruidor, destruo todas as pessoas que me abordam, e ‘eles’ ficam sempre impunes, a consciência moral não lhes pertence. O meu sentir não se dá em comunidade, o meu sentir é solitário. Sou como um ser selvagem que receia o homem, porque atrás da máscara de actor [tenho a convicção de que o homem é um actor neste palco do mundo social] que ele tem [eu penso que não a tenho] imagino aquilo que ele é na verdade, porque sei quem sou. Mas simplesmente imagino, e não posso sentir porque não me é permitido ter sentimentos de actor. E então é melhor esconder. Mas a mim não me é permitido esconder, como que sou um livro aberto ao mundo. Não me é permitida a coerência, porque mora o paradoxo dentro de mim, a contrariedade e o contraditório. E então a pílula da normalidade foi-me prescrita para poder interagir com o mundo social, porque o homem tem que ser um ser social, tem que ser como quem é, naturalmente, um ser social. E de certo modo com razão, não podemos excluir as relações sociais. Mas porque raio tenho eu de aturar quem não gosto? Porque raio se oferece um ‘passou - bem’ de amizade e alguns tentam levar logo o braço todo, e aproveitam para criar azedume, tratando-me mal? Que raio de lei da vida é esta que deixa impune quem faz mal a quem não merece? Qual a causa do meu mal - estar? Eu era feliz, mas quem será o culpado de me querer ver triste e ter contribuído para o meu mal - estar? Porque não é chamado à razão quem fez tal? E não me digam que não houve um ou vários culpados, que me antecederam e são a raiz da minha infelicidade (!) Pois… e agora aqui ando eu a contagiar a doença, a infelicidade que sinto, pelo tecido social que me envolve, quase toda a gente sem culpa directa no que sinto. Eu sou um clima de mau estar. Eu sou um furacão de mal - estar, e quem me pode evitar, evita, mas quando não podem fugir, ficam à mercê dos elementos destrutivos do furacão. E no fim, tudo o que eu faço recai sobre mim: se faço é porque o fiz, se não faço, é porque não o fiz. E fico só. Quantas vezes me pergunto: devo desistir? Quantos futuros eu não engendro (!) [quantas memórias eu não invoco para isso (!)] no meu pensamento de modo a que tente minorar os estragos, a ver se me reside a esperança nalgum caminho que eu ainda não tenha vislumbrado, algum caminho que seja transitável e viável para mim. Sinto-me impotente perante esta vida que não nos pertence, pelo menos na maioria das horas, perante algo que não domino mesmo que me pareça que compreendo. E resta-me ainda vida pela frente. Não sei quanto tempo mais. Sei que não interessa. Somos apenas números. Somos biliões na terra. ‘Foi mais um’. ‘Foi morte natural’. Simplesmente morreu. O interesse e a vontade de um não se pode sobrepor ao interesse do geral. Não me conformo de maneira nenhuma. E nem por isso eu sou um ser destruidor por tudo o que me fazem, fazem sentir. E se calhar destruo mais ainda, silenciosamente. Eu não posso ser o bode – expiatório de quem quer que seja, deste mundo (!). Alguns acham que eu considero-me excessivamente uma vítima sem o ser. Eu sei que transmito isso. Mas, na verdade, eu sinto - me uma vítima desta vida humana. Sei que nunca perdi um membro físico, nunca experimentei tal sensação, tenho os cinco sentidos, ainda, nunca tive miséria e fui normalmente assistido quando necessitei, e sei que devia ser uma pessoa normal. Pergunto-me porque não me sinto tal? O desprezo pelo que eu sinto, é o desprezo que irá circular pelo mundo, pelo meu mundo, e me destruirá paulatinamente como tem sido até agora. Deixem-me parar (!). Quem direcciona o mundo? Deixem-me respirar (!). Deixem-me ser quem sou (!), que eu não sou mais nem sou menos do que qualquer outra pessoa, fisicamente, simplesmente não nasci para funções que digam respeito ao âmbito social. Deixem-me viver como sou (!). Serei mais alto no pensamento e nas emoções, que não me foram permitidas manifestar, e aqui estou eu, agora. Terei presunção, para muitos ao dizer isso. ‘Se és mais alto porque não o provas?’ ‘Porque não és um homem de sucesso, se sabes assim tanto, se vez mais além da barreira do tempo?’ Eu não engano pessoas para estar no alto na vida, eu não atropelo, eu não desprezo, eu não destruo o mundo nem as pessoas, tento ser razoável [não me podem culpar pelos sentimentos negativos que provoco]. Muitos daqueles que dão uma imagem soberba, com discursos tão fúteis como o meu agora, na tentativa de conquistar poder e pessoas incautas, que, no fundo, são seres tão comuns como eu, apenas com o privilégio da massificação da sua imagem e capacidade de retórica, movem multidões e são tratados como deuses, como se fossem capazes de gerir os destinos do mundo. Pois, eu digo, a minha imagem não existe. Eu torno tudo complexo, onde tudo parece ser simples. E assim vivo mais um dia, quando na verdade eu morri mais um dia. É uma questão de perspectiva [Curioso, eu tenho as duas ditas anteriormente]. Sempre moram em mim infinitas perspectivas, e eu associo e volto a associar, visões e mais visões, elos, ligações, e tendo a formar histórias, novas perspectivas, tudo sem fim, não há volta a dar. Quem me trata é responsável pelo que me acontece, quer de bom [tanto melhor] quer de mau, quer de mau. Tal como eu não posso ignorar a minha mente [tudo o que penso e o que faz que eu seja quem sou] quem me cuida não pode ignorar o poder que tem, e tem que saber usá-lo. A minha vida não é simplesmente uma vida, não sou um boneco nas mãos de uma pessoa humana, se bem que, justamente, o sou na mão do infinito Universo, em ultima instância de Deus. E não me digam que não há culpados, como se tudo pudesse passar impunemente. E já que estamos a falar de Deus, diz-se que Ele ‘escreve direito por linhas tortas’, aí reside a minha esperança. Quem não fez, nem disse, nem agiu, nem esteve directamente relacionado com determinado acontecimento não pode ser culpado, mas quem agiu directamente, viu o que fez e fez mal, tem que redimir o seu erro, como eu penso que redimo os meus. Tenho trilhado este caminho, este que me tem ficado para trás. Podia ter sido um outro caminho, indefinidamente ao acaso. Mas quem se interpôs na minha senda de felicidade e me destrui-o o meu bom sentido, tem de ser notificado, e tem de justificar perante a sua consciência, mais do que a qualquer outro homem, o que fez. Tenho pena de quem o fez. Quantas rasteiras me pregaram (!) Tenho mais pena deles do que de mim, porque eles não merecem um palmo de terra neste mundo, quando eu já tenho direito ao Universo partilhado pelos seres que se redimem do que são. Se perdoo? Não, não tenho esse poder. Se sou presumido ao achar-me um dos mais altivos dos homens, talvez seja, mas pelo menos não sou arrogante.
terça-feira, 21 de outubro de 2008
A água que dessedenta
Procurais constantemente uma água que dessedenta. Mas a verdade é que tendes cada vez mais sede, mais necessidade dela. Essa água não vos é imprescindível, no entanto fazeis como se fosse. Tudo gira em volta desse desejo, por isso ireis morrer a lutar pelo supérfluo, e direis que é em nome de uma entidade, direis que é em nome da vida. Mas é em nome da inconformidade e da falta de sentido que trilhais caminhos, na busca de respostas. E mais, cortais braços e pernas e cegais, sobretudo tentais cegar os outros – atirais terra para os olhos de quem não se pode defender -, para que vós estejais acima de tudo, acima dos outros, esse é o vosso prazer, homens de topo que deixais vossos filhos na escuridão. A verdadeira água que dessedenta está na fonte eterna - nem eu sei qual é -, e não alcançável aos lábios do seres comuns. Muitos seres que nascem não conseguem enxergar essa fonte, sentem-se no direito de tudo, como se a liberdade lhes pertencesse totalmente, e seguem os desejos da moda, seguem a bebida que os integra numa sociedade que é falsa, e bebem o líquido que lhes tira a vida, ao contrário do que eles pensam, em nome de amizades que na realidade não existe. Vivemos lado a lado com a pureza e com a imundície. Mexeis na porcaria e isso dá-vos prazer. Que loucuras! Mas a quem se pode atribuir culpa de tais actos? Não se atribui, mas cada um assume os seus actos, nem que não veja que tal está a acontecer. Qual será o bom caminho, o caminho a escolher? Cabe a cada um procurá-lo. Não há saída, a verdade é que esta terra é um labirinto, mas sem saída possível enquanto seres perenes. Então a única saída que vejo como possível de ser alcançada é o fim, o nirvana, a eternidade do Universo. Podereis encontrar respostas, mas não encontrareis saídas. Podem prometer-vos saídas e esperança, mas tudo isso é falso, excepto a esperança que quando reside em vós vos faz acreditar mais um pouco de que algo faça sentido no fim de tudo, que os nossos passos não sejam em vão, na busca daquela água que dessedenta eternamente. A vida é tudo, a morte é nada. As leis dos homens não imperam, mas sim a lei do Universo. Um homem é um animal antes de tudo, e como tal age coerentemente com aquilo que é em primeiro lugar. Ele terá que se transcender para que os seus ritos animalescos sejam ultrapassados na compreensão do que o envolve. A verdade que tento alcançar faz-me voar mais alto, como penso que todos o terão que fazer, para alcançar a visão de uma águia. Sei que serei eternamente um ser finito. Sei que há forças antitéticas e paradoxais que regem tudo o que possa existir, sei sobretudo que na hora da minha fraqueza tudo de mau pode acontecer, se estiver prisioneiro. E temos de dar o braço a torcer porque sozinhos neste mundo não somos nada, temos de beber a água embotelhada. Mas essa água embotelhada, que me dessedenta por pouco tempo não me serve. E estou traumatizado, porque me fizeram passar sede. Não me quiseram matar a sede e agora aqui estou eu à procura da água que é o elixir da alma. Se eu pudesse, eu seria. Mas querem-me pôr a máscara de mau. Então controla-te (!) e verás que a maldade que vez em mim, mora em ti. Bebe dessa água, para esqueceres quem sou, porque se não vires quem sou agora, no fim será tarde de mais. E se queres pôr-me a máscara de bom então, duvida e olha novamente, para isso alcança o cume da montanha mais alta que houver, num dia límpido com o sol a brilhar por trás de ti, e vê, sente que na verdade ninguém é quem é, somos apenas reflexos dos momentos, um sistema que irá ser o que sempre foi, algo único que ficará na memória, enquanto a houver, que será parte do Universo no fim de tudo, como sempre. E agora sabes quem sou? Eu também não, mas tenho esperança. És animal, mas podes ir mais além se desejares fortemente. Mereces aquilo que tens e que és, e assumes com a vida, em última instância, aquilo que fizeres. Ainda pensas que podes voltar atrás? Nunca há retrocesso, há incomensuráveis caminhos, mas o que foi, somente é, e só te resta o que será. Mergulha nesse oceano de águas límpidas, é bom esse ambiente aquoso, sentes-te como se fosse o teu ambiente natural. Talvez um dia tenha sido, mas já não é, essa é a realidade actual, e agora caminhas em busca constante da água que te dessedenta, ora conscientemente ora inconscientemente. Eu caminho constantemente nesse objectivo que se tende a alienar. Começo a acreditar fortemente que alcançarei outro objectivo ainda mais inalcançável. Porque sempre me fugiu o que estava tão perto de mim, o que era mais fácil de obter, como se Algo me dissesse que tinha que seguir o caminho mais difícil? De quem é a culpa? Porque estou aqui sem poder voltar atrás? Estou sequioso e não sei qual o motivo, se acabei de beber água. Vou beber Água, novamente.
domingo, 12 de outubro de 2008
Oceano da eternidade
Mergulho, por vezes, no oceano da eternidade, nas questões dos oceano que é o Alfa e o Ómega. Em breve serei outra vez aquilo que nunca fui. Mas agora também não sou, e digo mais, nem serei. A eternidade é uma invenção do homem. E cada coisa ou acontecimento tem a duração que tem de ter. Para quê a insistência no que destrói? Para quê a liberdade máxima? Para quê a repressão máxima? Para que a moderação? Para quê tanta interrogação? Vives como se tudo nunca acabasse. Tenho consciência da mudança, que antes olhava com esperança e agora tanto me atormenta. Tenho consciência que tudo me ultrapassa e quanto mais sei mais ultrapassado me sinto. Sei que um dia deixarei de me reconhecer, deixarei de reconhecer o que está à minha volta, e isso tudo se resumirá a um momento. O prazo de validade que me rotula tende a encurtar-se, temo que tende a encurtar-se demasiado. Senhor, Tu que existes e não existes, Tu que crias problemas existenciais, porque é assim a minha vida? Universo, porque eu sou eu? Porque terei eu medo da dor? Sim, porque terei eu medo da morte se um dia eu fui o ser mais corajoso que existiu à face da terra e tal não temia? Porquê, Universo, Senhor, me falas dessa maneira, me abordas tão incompreensivelmente, para certos homens me chamarem esquisito? É a minha química corporal, é esse o motivo de tudo o que se passa, só pode ser. E essa química tem explicações e mais explicações, de interacções sem fim, da mente que com o corpo são uno, da ligação com os seres que nos envolvem. Estou cansado de nadar nesse oceano. Universo, Senhor, porque eu sou quem sou? Porque sinto como sinto sem nunca ter pedido? Porque, se pedi, eu tive esse desejo? Porque tive eu de fazer parte da legião dos homens? Só perguntas e perguntas que temo não encontrar respostas, logo são perguntas em vão. Em vão é tudo o que existe. Em vão é este Universo. É tudo em vão se eu sentir que é em vão. É em vão para mim, somente. É aparência a superioridade, porque superioridade é mediocridade e falsidade. É anti-autosobrevivência pensar assim. Tem que se matar esse vazio, tem que se matar (!), afogar as questões existenciais em quatro paredes, ou então em campo aberto, tanto faz, o que interessa é que ninguém veja, ninguém veja, para ninguém vir a saber, para os espíritos não ficarem inquietos. Universo, Senhor, porque andam os espíritos inquietos? Universo, Senhor, és Tu que geres esses espíritos? És Tu que os fazes interpretar estas palavras como interpretam? És tu que os fazes agir? És Tu que obrigas a que te adorem, significando isso, que fazem o que lhes der na real gana, sem ter que ter qualquer receio das consequências porque todos acham que ficam impunes? Onde está a justiça final? Onde todo o ser que agiu bem é resgatado e o que agiu mal é condenado? E eu, pensei que agia bem e vejo-me como que um condenado, porquê? Eu sou um viciado nas questões, um viciado na problemática existencial, mas a minha voz não chega ao céu, e, mais uma vez pergunto: porquê? A minha Filosofia barata, como se de um Filósofo masoquista e suicida se tratasse, não é acompanhada, como se não tivesse valor. Talvez seja mais fácil atirar a pedra a um moribundo, como se quem a atirasse não cometa erros, e seja ele o ser que age correctamente. Pensai nas vossas acções, muitos não pensastes nunca, pensais que agis porque quereis, e tendes uma conduta que vos rege, é verdade, mas agis sem saber o que vos move, e olhai que eu também não vos posso responder, sou um simples homem, orgulhoso e sem saber ou poder defender esse orgulho, como se o mais básico e elementar princípio me faltasse, o princípio da coerência. Mas vê – de que tudo tem sentido, até aquilo que parece perder o controlo e é incoerente está controlado. Como (?), não sei, mas está. Se tudo é permitido neste mundo, também o que é esquisito o é, o que parece não fazer sentido também o tem, a confusão faz parte, e tudo nos afecta directa ou indirectamente, tudo vos afecta. E eu, eu só não queria ser mais um, não quero ser carne para canhão, não quer ser vítima. Mas a verdade é que sou um bode expiatório, e no entanto não sou quem sofro mais, mas isso não me satisfaz, apesar de eu ir sobrevivendo. Não me digam que não o sou – um bode expiatório -, porque sou, como tantos, e não posso fazer nada. E tenho a minha consciência a frente daquilo que sou, tenho na minha consciência a essência daquilo que sou, por isso me questiono aqui e agora, como me questionei sempre sobre o porquê daquilo que me acontece, do que sou, se o for - a consciência do eu sobre o eu -, e do que acontece à minha volta e do que são os outros. Um terceiro nível de consciência que analisa o eu que pensa sobre o eu. A terceira pessoa da trindade que somos, o grau mais alto a atingir, será? Mas eu não tenho face. Eu não me aparento, porque eu não tenho aparência, tal como o Universo não tem. Termino com um ámen. ‘Assim seja’, para quem não entendeu, como se eu soubesse. Porque duvido? Porque não dou o certo por certo? Talvez porque reina o incerto. Porquê o ‘talvez’? Porque nada é certo, constante, infinito. Até quando te servirá esse paradigma? Somente enquanto as respostas corroborarem esse paradigma, somente. E quando um dia vires mais além? Esse dia já será tarde demais para se mudar. Ou talvez não, não me compete a mim dizer, acho que não, tudo depende. É tempo de me secar. O Oceano estava bom, mas não é o meu meio natural, se eu fosse um peixe (!!!)…
segunda-feira, 22 de setembro de 2008
Enya - may it be
May it be an evening star
Shines down upon you
May it be when darkness falls
Your heart will be true
You walk a lonely road
Oh! How far you are from home
Mornie utúlië (darkness has come)
Believe and you will find your way
Mornie alantië (darkness has fallen)
A promise lives within you now
May it be the shadows call
Will fly away
May it be you journey on
To light the day
When the night is overcome
You may rise to find the sun
Mornie utúlië (darkness has come)
Believe and you will find your way
Mornie alantië (darkness has fallen)
A promise lives within you now
A promise lives within you now
Refúgio
segunda-feira, 1 de setembro de 2008
Despido de mim
sábado, 23 de agosto de 2008
Do lado de lá
Estou do lado de lá. Dou comigo constantemente desse lado onde a minha voz ecoa sem rival, de onde quero sair sem encontrar uma porta definitiva que me tire desse labirinto em que me meti, sem querer e sem perceber como é possível tal. Sem perceber, pelo menos por enquanto, como quem procura uma causa da coisa mais improvável que possa acontecer. Estou desse lado onde sei mais do que ninguém quem sou, onde me vejo e compreendo completamente – ou pelo menos tendo sempre para isso -, onde vejo o meu passado e me identifico com o que fui – o passado e só o passado, como que o presente estivesse a deixar de existir e o futuro não quisesse mais vir -, onde verdadeiramente sou eu, onde tenho um lugar – desse lado – mas que nada significa quando existe tamanha incomunicabilidade com o lado de cá. Estou num Universo paralelo onde tudo é razão, desse lado onde as emoções não moram, onde vejo sorrisos que quero retribuir mas que neste vazio não existem, onde vejo desequilíbrios que quero corrigir, mas não consigo, porque as forças faltam-me, como se em mim algo me anulasse a mim próprio, como se estivesse a ficar paralisado, paulatinamente, como se me faltasse o ar que necessito para respirar. Desse lado onde, na verdade, os gestos, os rostos e os olhares não significam nada, para mim, como se em mim tivessem sido apagados os significados naturais de tudo isso, se é que alguma vez os tive. Gostava que algumas pessoas soubessem quem sou. Não sei quem deveriam ser essas pessoas. Gostava que elas conhecessem o meu lado da vida. Gostava que me levassem a conhecer o lado de cá da vida, de que tanto oiço falar e vejo virtualmente sem conseguir sentir. Mas é difícil estar do lado de cá, sentindo desta maneira, sentindo da maneira do lado de lá. Eu perco-me e descontrolo-me, eu sinto-me a apagar, cada vez mais pequeno, a ficar sem liberdade como se não fosse livre de respirar. E então, quando olho para os rostos do lado de cá, eu não vejo nada do que eles devem estar a transmitir, nada me dizem esses rostos e esses olhares, como se deixasse de pensar, como se tivesse estado toda a vida preso dentro duma masmorra sem ver gente, como se tivesse sido um autista – tenho medo de me tornar um autista -, a verdade é que não consigo olhar. Do lado de lá há apenas monólogos. E se desse lado de lá tudo pareço compreender, do lado de cá nada pareço entender, como se fosse tudo fugidio. Sei que houve um princípio para isto, alimentado pelo tempo que passou, como se fosse uma corrente que algo ou alguém me pôs e que não foi quebrada com o tempo, mas sim foi reforçada. Vejo muitos momentos desse reforço negativo, vejo-me muitas vezes a querer fugir daquilo que devia ter encarado de frente. Vejo que interpreto como negativo muito do que me acontece. Não contrariei essa força que me levou cada vez mais para esse lado de lá. E novamente resta o sentimento da esperança, que tudo seja menos mau, já que mau parece que tem de ser. Sei que falo da minha dor e que deve parecer que falo como se ela fosse absoluta e única e como se não fosse capaz de ver a dos que me rodeiam. Mas eu vejo e sinto-a, eu absolutizo na minha dor, a dor dos que me rodeiam, porque essa dor dos outros não me é indiferente, e não sei porquê isto. Porque não absolutizarei a alegria que há nos outros e tenho que absolutizar a dor, é uma questão que me coloco neste momento. Porque não poderei ser um ser equilibrado, pelo menos? E, entre estar do lado de lá ou estar do lado de cá, entre querer as duas coisas ao mesmo tempo, é como estar no reino da contradição, do paradoxo. Entre querer ter atenção em tudo o que me rodeia e controlar tudo, do lado de lá, e querer estar concentrado e deixar – me levar ao sabor do Universo do lado de cá, vivo numa situação de instabilidade e de implosão. Mas se isto dependesse de uma simples escolha, eu já teria escolhido, viria para o lado de cá, porque estou farto do lado de lá. Mas o problema é que eu não sei viver deste lado e tenho que ir aprendendo, se me for permitido, sem no entanto deixar o outro lado porque isso seria perder-me.
quinta-feira, 21 de agosto de 2008
Discorrendo
domingo, 10 de agosto de 2008
Solitaire - I`m Thinking Of You (Baby)
domingo, 3 de agosto de 2008
Vida e contentamento
Para mim, a vida é: uma energia que vacila mas não cede, como uma vela bruxuleante, que dura até ao fim do pavio, depois de consumida a cera que lhe dá a força da existência; tudo o que podemos alcançar, física e psiquicamente, o que podemos tocar, ou quando não, imaginar que tocamos; onde estamos ou onde podemos ir; aquilo que conhecemos ou podemos conhecer, estando lá ou sem nunca ter lá ido; é um sonho sem fim; uma aventura, onde ser quem somos - os aventureiros - é-nos definida por cada passo que damos, o caminho dessa aventura, como se houvesse um destino, trilhemos o caminho que trilhar - mos. Talvez no homem, que tem sentimentos conscientes (e tem consciência da própria vida, talvez como nenhum outro ser), as emoções sejam o condimento dessa vida. Assim, o contentamento e a tristeza fazem parte de todos nós, tanto que acho que só conhece a alegria e o contentamento quem já conheceu a tristeza. Perscruta o teu interior e procura o teu contentamento.
quarta-feira, 30 de julho de 2008
Sobre Deus e religião- comentário e reflexão, feito a um amigo
domingo, 13 de julho de 2008
Sintonia
sexta-feira, 27 de junho de 2008
Lohen & Lomax - Live On
Lohen & Lomax - Live On (lyrics extracted by me)
Live on
here is your life
uh ah ah we live on
tell me sometimes to believe
that the world is just a ride
all the hate that promise costs
is the full of shame
chorus :
uh ah go on live on
uh ah move on live on
uh ah ah you and i
uh ah ah we live on
live on!
try to find the treasures in your life
which helps others to survive
just lift up your head
all the bad can't be unsaid
chorus
live on and d'ont give up
d'ont give up, live on!
live on!
live on and d'ont give up
live on, live on!
just live on!
here is your life
i delighted on you
is wonderful to see you smile
in your finest life
you are the one without fear
just look, you will find someone near
show him the way of life
is not enough just for a wild
uh ah go on live on
uh ah move on live on
uh ah ah you and i
just you and i
uh ah ah live on!
we live on
yes we live on
uh ah ah live on!
you and i
just you and i
uh ah ah live on!
we live on
yes we live on
uh ah ah we live on
Lugares