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quarta-feira, 8 de novembro de 2006

redenção

Diz-se qualquer coisa. ‘Eles falam, falam mas não os vejo fazer nada… concerteza que fico chateado’. Diz-se muita coisa, demasiadas coisas. Uns querem mandar. Outros acham que são os outros que têm a culpa do que lhes sucede, os outros que mandam. Será possível ver as coisas pela perspectiva mais correcta? Poderá alguém ser responsabilizado somente por algo do que sucede a outros? Haverá um homem superior capaz de reger os destinos humanos e até do mundo? Haverá a perfeição? Porque querem os homens poder? De que serve estar alto no mundo para depois cair? De que serve o auge para depois ir para o abismo? De que serve o poder se depois a responsabilidade dos actos de quem os praticou é posta às suas costas? Será que se é capaz de se aguentar o peso dos destinos do mundo? Será que um homem pode com tal? Eu não quereria tal responsabilidade. Há homens, muitos homens, que agem convencidos de que estão a agir bem, há homens que fazem um mal tremendo pensando que estão a fazer bem. Se a esses homens um dia lhes for mostrada a verdade dos seus actos, esses homens irão arrepender-se até ao fim das suas vidas, e se eles ainda insistirem naquilo que vêem ser incorrecto, alguém (pessoa ou pessoas) de quem eles gostarem muito irá sofrer as consequências dos seus actos teimosos, e eles hão-de arder nos infernos. A semente que se deita à terra dará frutos mais cedo ou mais tarde. As energias que impulsionamos contra os outros são aquelas que virão até nós manifestadas de uma maneira ou de outra, assim: a) quem semeia ventos colhe tempestades; b) Quem cultiva as boas energias boas energias encontra.



Eu desisti de fazer algo, sinto-me impotente para tal. Eu lavei as minhas mãos perante a responsabilidade do poder. Eu apenas quero falar. Já tive tanta raiva contida, tanta contenção que me levou a desesperar. Tanta energia absorvida, tanta energia tão mal canalizada. Eu quero mudar. Eu quero achar os responsáveis por o que me aconteceu, eu quero redimir as minhas culpas, eu quero ser responsabilizado pelos actos que pensava serem os correctos e que afinal eram maus, quero encontrar os responsáveis pelo que me levou a fazer tais actos, o mundo tem que se redimir. Todos influenciamos e somos influenciados, todos somos os responsáveis pelas influências que temos nos outros, as influências negativas transformam-se em culpas, as positivas em poder, poder de impulsionar esses influenciados.


2 comentários:

  1. Há coisas que transcendem o meu fraco entendimento... como se pode elaborar tão prosaicamente "em verso" (ou será vice-versa?)
    Afinal não devemos nós O POVO exigir de quem nos dirge o melhor que têm para nos dar?
    Não é suposto serem os melhores dos melhores?
    Tanta filosofia só serve para desculpar incompetência...
    Desculpa lá mas é a minha opinião!
    Luis Cypher

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  2. Ola Luis Cypher. O que eu quero dizer é que hoje em dia as pessoas sentem-se ilibadas de tudo o que se faça( o que fazem) como se a culpa fosse sempre dos outros, isto incluindo quem manda, quem tem o poder. Quem tem o poder deve assumir com o que sucede aos outros de bem (é óbvio) mas também de mal, por seu mandado ou directamente. Exemplo: Hitler 'matou' tanta gente inocente e assumiu o que fez matando-se no fim de tudo, segundo o que eu sei, mas muitos dos seu apoiantes deveriam também ter ficado com a cabeça pesada de todas as atrocidades que fizeram e deviam ser devidamente julgados. Eu acho que quem faz o mal não deve sair impune. Saddam hussein, por exemplo, deve ser julgado e deve arcar com as culpas de todas as atrocidades que cometeu, tanta gente que morreu por ele, e que morre ainda devido à sua ira.
    Temos bons e maus dirigentes neste mundo, muitos cheios de boas intenções outros com más intenções no seu interior, e a questão é: quem é um homem para ter mais poder que outros? Que poderá um homem fazer para encaminhar o seu povo, se ele é simplesmente um homem, finito como tantos e tantos outros? Quem é um homem para saber o que faz falta há humanidade, se nem sabe o que para ele faz falta? Sou contra este antropocentrismo. O homem simplesmente deveria ser livre e ser independente, e só um ser divino o deveria guiar, um Deus que desconheço.
    Até breve.

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