Talvez. Este meu eterno mundo dos ‘talvez’... Talvez todos se sintam da mesma maneira a determinadas alturas da vida, talvez toda a gente se sinta especial. Talvez toda a gente tenha que se sentir especial para fazer algo de positivo. Eu já me senti especial, eu acho que já fui especial, eu já acreditei nos meus ideais e achei que estava no caminho certo. Eu já fui o que se pode considerar de normal, mas também já fui excêntrico. Eu já quis ter a razão do meu lado. E se a razão estivesse do meu lado, o prognóstico que faria deste mundo e de tudo o que existe seria de imenso pessimismo, com pouco optimismo, assim sou eu. Já pensei que podia mudar o mundo, acreditei que algum poder, para isso, transcendental, estivesse do meu lado, acreditei
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sexta-feira, 29 de junho de 2007
Deus e o mundo eterno dos 'talvez'
segunda-feira, 18 de junho de 2007
Sentir, ver, ser, escrever [4-05-04]
Eu vejo. Eu sinto. Eu não digo. Estarão os outros (vós) errados ou estarei eu? Não, não sei, mas porque acredito eu que o que sinto é verdade? As pessoas não estão formadas para tomarem conta do seu ser. Eu estou errado. Sinto mal.(?) Eu sou um louco simplesmente que as pessoas não tendem a ignorar porque algo lhes toco no interior delas. Eu ainda vivo! Eu tenho que morrer! Eu não sei que dizer...Tudo o que sabia vou dar como esquecido mais cedo ou mais tarde. Tudo em que acreditei vai acabar por desabar completamente. Nada restará mais do que eu, por algum tempo mais. O peso que recai sobre mim é grande. O peso da vida é grande. O fardo da compreensão é enorme. A luta é enorme, o equilíbrio é subtil. Não digo o que quero, não quero dizer o que digo. A minha vida é uma contrariedade substancial e absoluta.
Eu vejo através dos tempos, eu sinto através dos séculos, eu não me sinto humano. Quando ultrapassarei essa barreira? Será que a ultrapasso? Será que reconquistarei a dignidade que tive provavelmente? Lê - de. Lê - de palavras de mais um que quis ser simplesmente humano e não se soube reduzir à sua insignificância. Haverá algum sitio onde as minhas palavras desordenadas, desconexas e sem sentido caibam? Haverá alguém que as consiga ordenar e formar as ideias mais fantásticas que se podem descobrir? Será que algum dia eu conseguirei desbloquear-me e transmitir tudo o que me vai na alma? Haverá alguém que consiga ter a paciência, como eu tive e tenho para com os outros, de ouvir o que eu digo. Se eu ao menos pudesse sair desta concentração que me tem preso...
Mas eu... sou um entre tantos outros, tantos parecidos e diferentes. Eu sou como alguém que berra num concerto com som no máximo. Nada mais se ouve a não ser a voz de quem não diz nada mais que frases repetidas, sons que tentam inebriar a mais incauta das pessoas. Porque tenho eu de ter o discernimento de entender as coisas de outra maneira e não me sentir bem com o que sinto, com o que entendo, porque tenho de sofrer com isso, porque é isso uma desvantagem em lugar de ser uma vantagem? Eu pensava que era único, pensava e penso. Mas pensava que tudo isso só fazia sentido quando o demonstra-se aos outros, quando fosse reconhecido. Mas, sinceramente, só eu me reconheci a mim próprio. Porque acho eu que sou anti–social? Porque terei eu que me inserir no grupo cujo conceito é definido de ‘anti – sociais’? Estou triste, estou zangado, estou danado, estou frustrado, mas nada que provavelmente vá fazer sentir-se alguém culpado, nem quero que alguém se sinta culpado por tal, muito menos quem sei que não tem culpa como eu que reconheci culpas que nunca tive, como se eu tivesse culpa. Não, não me reconheço com tudo o que existe neste mundo, com os ideais mais que estereotipados de homens que nascem e apenas seguem segundo os ideais que lhe foram dados, seguem sem pensar. Eu nasci para pensar, eu nasci para romper com os ideais, eu nasci provavelmente, como tantos outros, para as dificuldades reais da vida. Eu sonhei em ser grande, em tanger o infinito. Mas tudo tem um senão que a gente não vê naquilo que ambiciona. E a parte negativa dos sonhos mostra-se quando o sonho foi alcançado. Quanto mais prazer, quanto mais se sobe alto, maior é o sofrimento, maior é a queda que se sucede. Aquilo que me move não é a riqueza do mundo, aquilo que me move é a busca da riqueza interior, a busca de um entendimento que me apazigúe esta dor interior, que me faça sentir bem.
E o que me faz estar aqui e agora a escrever? Simplesmente porque não falei enquanto estava com as pessoas, tão somente por isso. Sou um entre tantos e tantos outros. Ponto final, parágrafo.
Estou a anos luz do que já fui. Nunca mais serei o mesmo. Resta saber se poderei ser melhor.
sábado, 16 de junho de 2007
Longa tarde, caminhando
Nesta longa e longínqua tarde em que me tento vencer - vencer a minha monotonia, a minha forma disfuncional de existir, os meus medos, vencer os segundos que passam, vencer os minutos e de seguida as horas, já para não falar nos dias, semanas, meses, anos, decadas que já passei e nos séculos que já não passarei fisicamente , mas que tanto já imaginei, tangendo o infinito - eu viverei muito mais, nem que seja só na imaginação. Há um tempo para todos e para tudo fazer, há um tempo a aproveitar, mas quanto não temos que perder, quanto não temos que deixar para trás, quantas opções conscientes ou inconscientes não temos que fazer. Optamos segundo aquilo que somos e que nos vamos tornando, atraindo umas coisas (acontecimentos, pessoas) e repelindo outras. Quantas sao as variáveis que nos envolvem, incomensuráveis. Tanta coisa boa temos que deixar de fazer devido às nossas limitações e havendo tanta coisa boa por onde optar e acabamos por optar pelo pior muitas vezes.
terça-feira, 5 de junho de 2007
Dignidade [5/03/-04]
Eu sou digno. A dignidade, o que é isso? A definição do dicionário não é tão curta como isso. «Qualidade moral que infunde respeito». A minha qualidade moral não está propriamente boa neste momento, mas se a comparar com aquela que tinha há cerca de três anos, está muito melhor. A minha dignidade, a luta por ela, a minha vida por um fio, a loucura a entrar pela minha porta a dentro mascarada de inteligência, sensibilidade, bom aspecto. «Consciência do próprio valor». Se a definição fosse esta decerto teria muita dignidade, sempre achei que tinha muito valor assim como continuo a achar, só que antes pensava que eram os outros que me tinham que a reconhecer, agora sei que para quem a interessa reconhecer é para mim próprio. «Gravidade». È certo que existe gravidade em mim assim como existe em qualquer pessoa que tem orgulho em si próprio, não ter a mínima gravidade é como que atentar contra a própria existência, é não existir auto – estima, é achar-se indigno, o que não se pode negar a nenhum ser humano que tem direito de existir, seja ele qual for, e tem direito de viver. Ao contrário do que se possa dizer por alguém, a auto estima é algo que reside em nós até à hora de morrer, mesmo que a nossa personalidade não esteja formada, mesmo que não gostemos de nós próprios, normalmente da nossa imagem exterior, a imagem interior é a própria auto estima, o sentimento de si. «Grandeza». Não. Não sou grande exteriormente, não tenho a mania das grandezas, pelo menos das exteriores, se bem que por dentro me sinto infinitamente grande, há um Universo dentro de mim, assim como o deve haver dentro de qualquer pessoa, uma grandeza que sinto tanger Deus, e ai sim, sinto-me grande, diria mesmo que me sinto o mais alto dos homens, o maior deles. É claro que sei que isto é apenas uma presunção. Não passo de um simples ser humano ainda finito. E tenho medo de ser quem sou ao mesmo tempo, tenho medo de ser grande. Bem quero perder esse medo mas... não sei se um dia o perderei. Talvez eu não queira ser grande, talvez eu seja realmente grande de mais para estes homens deste mundo, talvez eu seja apenas um entre tantos dos que, diria enviados por um Deus, o meu Deus e o Deus de todos os homens, mas tudo isto são suposições. Talvez eu na verdade não seja ninguém mais que um simples homem ou ainda um homem que simplesmente compreende o mundo e anseia compreender mais e mais, sem poder parar, como se existisse uma força que vem de dentro para tal, superior e transcendente a mim. Será que compreendo o mundo à minha maneira? Como alguém poderia dizer. Não sei se estou certo ou estou errado, e mesmo que estivesse certo que poderia eu fazer? Mais uma vez : sou um ser finito, pelo menos exteriormente já que interiormente me sinto infinito. Como poderia eu chegar às pessoas sendo eu tão limitado? Mesmo que me tornasse no melhor orador que alguma vez existiu, como poderia? Teria que viver muitos anos, e ai sou finito, um simples ser do mundo. Pois, grandezas, para nós apenas, para o nosso interior. A matéria é finita. E quanta consciência infinita eu tenho disso. «Modo digno de proceder». Sempre pensei em proceder do modo mais digno em todos os actos da minha vida, o que é sempre difícil, guiado pela busca da perfeição, até há uns tempos atrás. Mas, qual será o modo mais digno de proceder? Talvez o proceder segundo aquilo que nos parece mais certo nos momentos em que temos de proceder. Se agirmos como tal estamos a proceder bem mesmo que isso produza efeitos maus. É claro que se achamos que estamos a proceder bem para nós outros não o verão da mesma maneira. O nosso procedimento é o nosso comportamento. Se agimos, agimos movidos por um motivo, comportamo-nos segundo algo em que acreditamos e segundo causas que nos fazem mover. Mas o nosso comportamento quando interfere no comportamento do outro, privando-o da sua liberdade condicionando-o ou querendo-o condicionar e mais ainda quando se tem consciência disso, deixa de ser um modo digno de proceder. Estamos a impor-lhe algo que tem consequências, é incerto de ser bom ou mau este nosso comportamento. O homem deve ser livre de escolher os seus modos de proceder, os seus comportamentos, isso é dignidade, quando o homem tenta impor as suas ideias que se demonstram em comportamentos e isso interfere no comportamento do outro forçosamente, isso é um modo indigno de proceder. Ainda diria mais, o homem nasce por natureza digno, assim são as crianças, mas que com o crescimento vão aprendendo a ter atitudes indignas que a consciência cria como seja rabujar sem razão só para ter a atenção de um adulto. Atitudes como estas irão criar no adulto estados conscientes de indignidade de procedimentos. E hoje, existe na sociedade dita civilizada um senso comum indigno, quando tenta conscientemente entrar na esfera privada da liberdade de cada um. Assim é o atentado que se está a dar em relação à destruição da família, assim é por exemplo o efeito que as novelas podem criar nas pessoas, na criação de comportamentos que não se ajustam com a realidade, a atitude consciente, logo indigna, de fazer sonhar as pessoas de influenciar massas a ter comportamentos que não se ajustam com a sua realidade, a fazer viver a vida em vão com valores que se tivessem que escolher livremente não escolheriam. Assim é a ideia que alguns tentam impingir e que está a alastrar-se a toda a sociedade de que o homem vive para o sexo, tornando o homem um animal consciente que está a criar uma sociedade que pensa que para proceder bem tem que fazer sexo, não dando lugar ao amor e à capacidade de amar, isto directamente relacionado com a destruição da família. «Respeitabilidade». Sem dúvida que sou uma pessoa respeitada de frente a frente com as pessoas. Por trás não sei se é assim, mas acredito que sim. Sou uma pessoas no mínimo normal e como tal as pessoas respeitam-me quando eu me respeito a mim próprio. Quando temos o ego em baixo a moral está em baixo é quando certas pessoas se intrometem, fazendo – nos sentir mais mal ainda, aquelas pessoas que conscientemente se tornam indignas ao não respeitarem a nossa liberdade e nos querem fazer ver a delas.