A terra prometida. Qualquer coisa serve para começar. Uma música: Reamonn. Mas tenho medo das divagações, tenho medo de me perder em mim. Até tenho medo dos factos. E é um facto que eu ando desligado da conduta que rege este mundo, a conduta que rege os homens. É como se eu visse de uma perspectiva superior os homens, como se estivesse num nível superior onde, ainda, poucos estão. É como se eu andasse perdido. A apatia tende a tomar conta de mim, a apoderar-se de mim e a consumir-me. “I´m falling down, please don´t let me fall”, Reamonn. Talvez seja uma mania das grandezas, talvez seja hipocondríaco. Neste momento já não me interessa lutar contra as causas do que sou, de nada serviria, é impossível mudar o passado. Resta agarrar-me ao que posso fazer hoje e o que poderei fazer amanhã. Eu vejo mas não posso mudar as coisas como se eu estivesse neste mundo virtualmente. S.O.S. A minha mente está mais fechada. A minha expressividade está cada vez mais reduzida, o meu pensamento manifestante, que se manifesta, gira cada vez mais à volta do mesmo, a minha incapacidade de expressividade, a minha futura nulidade expressiva, a minha incapacidade de interagir com outras pessoas, a minha nulidade de gostos que não se formaram, a falta de personalidade. Mas algo evolui, a minha inteligência acerca do que se passa no meu interior e do que se passa no interior dos homens. A minha esquizofrenia ainda existe no meu pensamento. Mas porque eu vejo como vejo, meu Deus? Porque me parece estar tão perto de ti e ao mesmo tempo cada vez menos acredito em ti como minha concepção. Porque me sinto cada vez mais só, e ninguém me toca no coração em especial. Algo lá bem no princípio ditou o caminho que eu iria seguir, no princípio da minha vida. Porque não posso eu respirar normalmente, porque sou emocionalmente contido? Porque quanto mais quero ser uma coisa, mais o inverso sou. Porque não posso eu ser feliz como sou?
Nada me demove daquilo em que acredito. No fundo acredito que o homem é a destruição (não sei porque absorvi tão profundamente o ideal cristão que me leva a tal ideal). Mas ninguém pode parar todo este rumo caótico que tanto pode dar para um lado como para outro. Acredito que caminhemos por onde caminhemos, vamos a dar ao mesmo destino, tal como sinto eu o destino que a minha vida tem, porque não podemos mudar de um momento para o outro. Esta vontade de mudar tudo numa só vida, que acabamos por não conseguir absorver, é inerente ao homem. Este querer tudo numa só vida é destruidor. Se eu fosse maleável e adaptável eu seria mais feliz, mas eu sou rígido e as novidades fazem-me confusão. Quero acreditar que possa tirar alegria, ainda, da tristeza (shiver- codplay), que me consome. Se bem que não acredito. Talvez eu tenha que ser realista com tudo o que faz e é a minha realidade, e aceitar que basta viver sem grandes problemas para ser feliz. “It’s all right – Reamonn”.
deus é esquizofrénico e perde-se nas suas criações. quer ser todos e acaba sendo nenhum. encontra-se nisto.
ResponderEliminartu, falta de personalidade? jamais quem escreve assim poderá ter falta dela. nulidade de gostos que não se formaram? como pode ser isso alguém como tu, com tanta consciência e tão precisa do que te fere e te agrada?
devaneios... esquecimentos da verdade de quem se é. tão necessários à clara lembrança!
excelente.