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sábado, 29 de novembro de 2008
quarta-feira, 26 de novembro de 2008
Jóia
terça-feira, 18 de novembro de 2008
As ideias que se perpetuam
As ideias perpetuam-se no nirvana, no espaço sideral, onde poucos o podem alcançar, onde Deus é, foi e estará sempre presente. Assim, as ideias morrem na mente finita da gente, mas no Universo existirão sempre.
quarta-feira, 12 de novembro de 2008
Ondas de esperança - solidariedade, tolerância e realismo
Devemos abraçar cada dia que nasce com esperança, como alguém que faz surf e está à espera que a onda se propicie. E a onda tarda em vir, mas a onda, quando persistimos, vem, demore o tempo que demorar. O dia que desejamos está à nossa frente, não podemos desistir. Mesmo que o furacão apareça e nos encontremos no meio dele, a esperança deve estar lá, porque até naquelas ilhas onde o sol brilha com tamanha claridade e as águas são mais límpidas como não há outras iguais, o furacão também passa e destrói, mas nada fica perdido, porque o essencial está lá. Há que ter fé até ao fim, e ser realistas, nada do que é material e corpóreo é eterno, há que aceitar que a antítese está presente neste mundo assim como no Universo, para um pólo positivo há um pólo negativo, para um Universo visível há um Universo invisível, que não se compreende, mas que faz parte do que é visível. Assim, como pode o homem querer prolongar o que é finito, prolongar a alegria quando a tristeza vem, porque se persiste? Porque não saímos de palco nesses momentos e damos lugar a quem a tenha, a outros actores? [Eu já fui actor de outras cenas e cenários, mas retirei-me, mesmo que isso me fizesse sofrer.] A alegria está na transição e na mudança, no crescer e no envelhecer. A vida alegre não está no momento estático eternizado pela foto, naquele que sorriu para um momento de boa disposição. Devemos persistir sempre, mas mudando de cena fazendo um novo cenário, mesmo no sítio onde fizemos outras cenas, mas, agora, esperando por outro momento, o adequado para fazermos as novas cenas e o novo cenário. ‘Fazem-te ver’ que a vida é só alegria, eu sei. Mas a verdade é que a nossa vida tem alegrias e tem tristezas, tem felicidade e tem depressão, de que modo pensas que a vida é? [eu não via isto assim, porque não vês que é assim?] A vida deve ser mesmo assim, e devemos aceitá-la como ela é, persistindo, e se possível com inteligência e vigor. A vida é uma estrada sem fim, se assim o quisermos, se assim o desejarmos, sê – la – há, porque poderemos tanger a eternidade dentro das nossas vidas, que serão infinitas dentro de um espaço tão pequeno, quando aceitarmos que somos o que somos, não seres abandonados, mas seres amados, porque até o mais débil dos seres foi amado, até mesmo aquele que foi mais maltratado. Aquilo que somos pertence a todo o Universo, cada um de nós é um grão de areia numa praia da imensa terra, cada um de nós é um suspiro na eternidade climatológica da terra, feita de sol e amenidade, vento e tempestades. Aquele que se revolta contra o outro, revolta-se contra si mesmo, porque os homens são todo Um só, mas mesmo essa ira lhe será perdoada. Porque não cabe a ira na incomensurabilidade do Universo. E um homem tem de ser duro, duro para a vida que lhe é dura, e um homem morre a lutar por aquilo em que acredita, só é pena que por vezes acredite tão pouco… porque pouco lhe foi ensinado e porque o espírito lhe foi fechado, ou, nunca aberto. Penso nos outros de quem falo como penso em mim, no passado que reconstruo vezes sem conta, naquilo que não voltarei a ser, mas que sempre serei. E sou tolerante para mim mesmo, porque sou único na maneira como faço a gestão do mundo, não haverá ninguém igual a mim, e ao mesmo tempo o que de bom eu tenho e faço, todo o suco, a essência de que sou feito perdurará até aos confins dos tempos, onde tudo voltará a ser o que foi, tenho fé. Não podemos buscar nos outros aquilo que somos, mas tudo que somos pertence a todos os seres. Temos fé numa imagem, num homem, que venha pôr ordem neste mundo. E ele ai está, temos fé nesse símbolo que se pode tornar marcante para a humanidade, que vai encaminhar a humanidade, ele tem poder. Não interessa como lá chegou, mas decerto uma Entidade superiora o quis, foi uma probabilidade que não teria acontecido mais vezes, porque nada se repete e nada volta atrás, assim como nós não nos repetimos. Aceita o beijo da vida. Tudo o que dizes já está dito na eternidade da existência, mas digas como o disseres, se fores genuíno, será ainda mais diferente do que aquilo que és. É tão bom partilhar, é tão bom sabermos os nossos limites e cabermos estritamente dentro deles. É tão bom (!), a evolução, saber que alguém já sentiu o que sentimos, e devíamos agradecer a essa pessoa por nos transmitir o que para ela foi imenso tempo de cogitação, reflexão, até que extraísse o que de bom se poderia tirar da sua existência e poder transmitir aos vindouros que se encontram com as suas palavras. Também temos medo da mudança, claro. Mas a mudança é inevitável, e não há ninguém humano tão superior assim que possa dizer que certa mudança não é útil, que seja capaz de a parar. Apenas podemos encaminhar essa mudança, nunca parar. Quantas sociedades já não houve nesta terra, e nunca, nenhuma tão interactiva como a nossa, capaz de gerar as mais profundas esperanças e ao mesmo tempo gerar o medo mais profundo. Mas afinal, medo de quê? O fim é certo, viver é fantástico, respeitar e tolerar é essencial. Primeiro está a sobrevivência do ser humano, mas depois de os recursos não chegarem, quando novas guerras e catástrofes chegarem, como será? O fim é certo, o sofrimento sempre existiu, mas o homem tem de ter respeito, e o homem será sempre um animal antes de se tornar humano, na acepção positiva da palavra, e esse facto – o de ser um animal - sempre estará antes dele, até ao fim. Como evitar a luta entre os seres, que serão sempre diferentes. O fim é certo, somos tão frágeis (!). Não me sai da cabeça essa evidência – O fim é certo -, e isso me dá alento para usufruir da vida que possuo, assim como gostava que muitas pessoas que merecem o tivessem - esse alento. Sim, sou altruísta. Mas muitos fazem desta evidência um lema, e pensam então que podem fazer tudo, que o sentido da vida está em usufruir, em ter sem olhar a meios, em pisar, em odiar, como se ficassem impunes. E depois procuram apoio quando estão no fundo e um dia descobrem que a vida não é assim como eles a viam, se é que dão o braço a torcer, insistindo nos mesmos erros. E muitos pensam que o dinheiro compra tudo. Como posso, então, ser altruísta para tais pessoas? Cada um tem que se redimir, daquilo que é. Mas estarei sempre ao lado daqueles que são simples e puros na sua conduta interior, ou mesmo não sendo simples, agem de forma correcta e sabem conter e gerir os seus impulsos destrutivos, e sabem ser humanos, na verdadeira acepção da palavra. Quanta ira já não passou por mim, quanta ira (!) raiva e frustrações, quantas questões me coloco no meu espírito, o porquê de me acontecer isto (?), ter asas e sentir-me atado e não poder voar. Quanta raiva investida em mim e o quanto isso não me destruiu, quanto não me fez e fará perder. Mas sei que tudo tem uma razão de ser, a serenidade tenderá a vencer. E mais do que me destruir, isso só me fez perder momentos e situações que eram justas de eu poder usufruir. E não é pelo facto de haver biliões de pessoas no mundo que estão em situação pior do que a minha que me faz acalmar essa frustração, é, simplesmente, porque eu apenas queria ser eu, e não me deixaram ser. E agora eu sou cada vez mais eu, e o destino me permita que cada vez mais eu seja. Que eu veja os meus inimigos a vacilar, que tenha tempo para isso, que eu viva o tempo suficiente para ver a injustiça a ser punida, que eu sem mover uma pena eu mova o mundo, ou será que é pedir muito? Que não haja um amor banal? Que esse amor seja especial? E lembra-te, não adormeças quando não deves, porque quando o fizeres será tarde demais, mas se acordares, acredita, alguém te protegeu, alguém pensa em ti, nem que não saibas quem é, acredita que por cada acção que tu faças há sempre um motivo, e aumenta a tua auto-consciência deste mundo humano, na verdadeira acepção da palavra, para que possamos viver em solidariedade, tolerância e realismo.
domingo, 9 de novembro de 2008
'Um mundo sem Deus converte-se num mundo de egoísmo' - observação a Zénit
terça-feira, 4 de novembro de 2008
A vida não nos pertence
Será que controlamos alguma coisa da nossa vida? Vemos o Universo por um prisma que nos foi legado. Tudo à nossa volta acontece segundo o que somos, segundo como agimos e pensamos. E somos profundamente incompreendidos, pelo sentir comum. As emoções à minha volta falam sempre mais alto. E mesmo que compreendam, isso não [me] serve de nada. Para muitos são os outros que estão sempre no lugar errado, para mim, eu não tenho lugar junto dos outros, eu estou sempre a mais, eu sinto-o e já não me podem negar isso, como alguma vez me fizeram querer. Eu vejo agora como nunca vi. Talvez seja uma lucidez passageira, não sei quanto tempo pode durar nem quanto mais posso aguentar assim, não sei o que será de mim. Muitos dirão, não estás a ver bem. Mas estou, por demais (!). E ninguém me pode tirar aquilo que sinto e vejo na minha mente. Quem luta comigo com sentimentos acaba-se por magoar [pelo menos tenho essa falsa ideia na minha mente]. Quando os sentimentos que me abordam são hostis, eu sinto-os em todo o meu ser, e a avalanche de sentimentos sucedem-se em catadupa, cegando-me. Mas em vez de reagir, lutando, fecho-me nas profundezas do meu interior, na esperança de que essa força oculta me proteja, acreditando que o silêncio é mais forte que a ira de quem me aborda. Tenho seguido a minha vida tentando ter esperança, de que tudo mude para melhor. Tomo a pílula da felicidade, receitada pela Dr. Sílvia Albuquerque e Castro, todos os dias da minha vida na esperança de que ela alguma vez me restitua aquilo que alguma vez foi genuíno [pelo menos penso que tive algo de genuíno, algum dia passado, na minha vida]. Tomo-a dia após dia, na esperança de que tudo seja menos doloroso, como se eu tivesse uma dor. E sei que não posso desistir, mas também sei que vou vacilar como um bêbedo quando tiver que ir à luta verdadeira, quando a protecção da sorte se desvanecer, quando eu não tiver um lugar onde me possa encontrar, quando me pressionarem ao ponto que já me fizeram de uma outra vez, a querer que eu ande, quando os músculos se me tolhem, a querer eu pense, quando tal não me é permitido, a querer que eu aja, quando estou asfixiado pelos sentidos, a atropelarem-me em lugar de me dar a mão, com compaixão [e eu não a aceito, porque tenho o meu orgulho de ser humano, o que me resta pelo menos]. Eu sou o veículo das emoções mais altas, daquelas emoções que fazem os homens alterarem-se não se conseguindo dominar, porque não foram treinados, nem foram talhados para isso, o prisma deles é outro, e nunca se questionaram sobre aquilo que os move, como se ainda fossem seres primitivos. E são eles quem destroem, mas na realidade sou eu quem me sinto o destruidor, destruo todas as pessoas que me abordam, e ‘eles’ ficam sempre impunes, a consciência moral não lhes pertence. O meu sentir não se dá em comunidade, o meu sentir é solitário. Sou como um ser selvagem que receia o homem, porque atrás da máscara de actor [tenho a convicção de que o homem é um actor neste palco do mundo social] que ele tem [eu penso que não a tenho] imagino aquilo que ele é na verdade, porque sei quem sou. Mas simplesmente imagino, e não posso sentir porque não me é permitido ter sentimentos de actor. E então é melhor esconder. Mas a mim não me é permitido esconder, como que sou um livro aberto ao mundo. Não me é permitida a coerência, porque mora o paradoxo dentro de mim, a contrariedade e o contraditório. E então a pílula da normalidade foi-me prescrita para poder interagir com o mundo social, porque o homem tem que ser um ser social, tem que ser como quem é, naturalmente, um ser social. E de certo modo com razão, não podemos excluir as relações sociais. Mas porque raio tenho eu de aturar quem não gosto? Porque raio se oferece um ‘passou - bem’ de amizade e alguns tentam levar logo o braço todo, e aproveitam para criar azedume, tratando-me mal? Que raio de lei da vida é esta que deixa impune quem faz mal a quem não merece? Qual a causa do meu mal - estar? Eu era feliz, mas quem será o culpado de me querer ver triste e ter contribuído para o meu mal - estar? Porque não é chamado à razão quem fez tal? E não me digam que não houve um ou vários culpados, que me antecederam e são a raiz da minha infelicidade (!) Pois… e agora aqui ando eu a contagiar a doença, a infelicidade que sinto, pelo tecido social que me envolve, quase toda a gente sem culpa directa no que sinto. Eu sou um clima de mau estar. Eu sou um furacão de mal - estar, e quem me pode evitar, evita, mas quando não podem fugir, ficam à mercê dos elementos destrutivos do furacão. E no fim, tudo o que eu faço recai sobre mim: se faço é porque o fiz, se não faço, é porque não o fiz. E fico só. Quantas vezes me pergunto: devo desistir? Quantos futuros eu não engendro (!) [quantas memórias eu não invoco para isso (!)] no meu pensamento de modo a que tente minorar os estragos, a ver se me reside a esperança nalgum caminho que eu ainda não tenha vislumbrado, algum caminho que seja transitável e viável para mim. Sinto-me impotente perante esta vida que não nos pertence, pelo menos na maioria das horas, perante algo que não domino mesmo que me pareça que compreendo. E resta-me ainda vida pela frente. Não sei quanto tempo mais. Sei que não interessa. Somos apenas números. Somos biliões na terra. ‘Foi mais um’. ‘Foi morte natural’. Simplesmente morreu. O interesse e a vontade de um não se pode sobrepor ao interesse do geral. Não me conformo de maneira nenhuma. E nem por isso eu sou um ser destruidor por tudo o que me fazem, fazem sentir. E se calhar destruo mais ainda, silenciosamente. Eu não posso ser o bode – expiatório de quem quer que seja, deste mundo (!). Alguns acham que eu considero-me excessivamente uma vítima sem o ser. Eu sei que transmito isso. Mas, na verdade, eu sinto - me uma vítima desta vida humana. Sei que nunca perdi um membro físico, nunca experimentei tal sensação, tenho os cinco sentidos, ainda, nunca tive miséria e fui normalmente assistido quando necessitei, e sei que devia ser uma pessoa normal. Pergunto-me porque não me sinto tal? O desprezo pelo que eu sinto, é o desprezo que irá circular pelo mundo, pelo meu mundo, e me destruirá paulatinamente como tem sido até agora. Deixem-me parar (!). Quem direcciona o mundo? Deixem-me respirar (!). Deixem-me ser quem sou (!), que eu não sou mais nem sou menos do que qualquer outra pessoa, fisicamente, simplesmente não nasci para funções que digam respeito ao âmbito social. Deixem-me viver como sou (!). Serei mais alto no pensamento e nas emoções, que não me foram permitidas manifestar, e aqui estou eu, agora. Terei presunção, para muitos ao dizer isso. ‘Se és mais alto porque não o provas?’ ‘Porque não és um homem de sucesso, se sabes assim tanto, se vez mais além da barreira do tempo?’ Eu não engano pessoas para estar no alto na vida, eu não atropelo, eu não desprezo, eu não destruo o mundo nem as pessoas, tento ser razoável [não me podem culpar pelos sentimentos negativos que provoco]. Muitos daqueles que dão uma imagem soberba, com discursos tão fúteis como o meu agora, na tentativa de conquistar poder e pessoas incautas, que, no fundo, são seres tão comuns como eu, apenas com o privilégio da massificação da sua imagem e capacidade de retórica, movem multidões e são tratados como deuses, como se fossem capazes de gerir os destinos do mundo. Pois, eu digo, a minha imagem não existe. Eu torno tudo complexo, onde tudo parece ser simples. E assim vivo mais um dia, quando na verdade eu morri mais um dia. É uma questão de perspectiva [Curioso, eu tenho as duas ditas anteriormente]. Sempre moram em mim infinitas perspectivas, e eu associo e volto a associar, visões e mais visões, elos, ligações, e tendo a formar histórias, novas perspectivas, tudo sem fim, não há volta a dar. Quem me trata é responsável pelo que me acontece, quer de bom [tanto melhor] quer de mau, quer de mau. Tal como eu não posso ignorar a minha mente [tudo o que penso e o que faz que eu seja quem sou] quem me cuida não pode ignorar o poder que tem, e tem que saber usá-lo. A minha vida não é simplesmente uma vida, não sou um boneco nas mãos de uma pessoa humana, se bem que, justamente, o sou na mão do infinito Universo, em ultima instância de Deus. E não me digam que não há culpados, como se tudo pudesse passar impunemente. E já que estamos a falar de Deus, diz-se que Ele ‘escreve direito por linhas tortas’, aí reside a minha esperança. Quem não fez, nem disse, nem agiu, nem esteve directamente relacionado com determinado acontecimento não pode ser culpado, mas quem agiu directamente, viu o que fez e fez mal, tem que redimir o seu erro, como eu penso que redimo os meus. Tenho trilhado este caminho, este que me tem ficado para trás. Podia ter sido um outro caminho, indefinidamente ao acaso. Mas quem se interpôs na minha senda de felicidade e me destrui-o o meu bom sentido, tem de ser notificado, e tem de justificar perante a sua consciência, mais do que a qualquer outro homem, o que fez. Tenho pena de quem o fez. Quantas rasteiras me pregaram (!) Tenho mais pena deles do que de mim, porque eles não merecem um palmo de terra neste mundo, quando eu já tenho direito ao Universo partilhado pelos seres que se redimem do que são. Se perdoo? Não, não tenho esse poder. Se sou presumido ao achar-me um dos mais altivos dos homens, talvez seja, mas pelo menos não sou arrogante.