O Mundo em que vivemos será como o
sentimos. Cada um o sente de maneira diferente, penso, porque cada um é
diferente, apesar de, em condições normais, ter-mos maneiras iguais ou
idênticas de ser ou de estar no mundo, de comunicar. O meu mundo não é só o que
era e que me foi dado de herança genética ou quiçá de algum modo mais, talvez
um modo inefável, algo que está no domínio da Psique humana; contudo, o meu
mundo é, e tem, também, aquilo que lhe acrescentei ao longo deste longo e
maravilhoso caminho (que quero, desejo, anseio e peço, continuar a percorrer),
cheio de aventuras, que provém dos imensos sentimentos e emoções que poderemos
ter, que eu tive, das experiências
que me envolveram, do que me é dado a
conhecer pelos sentidos e sentimentos, e que posso peneirar na malha que fiz, baseada naquilo que me guia e daquilo em
que eu acredito que é ‘’a verdade’’. Podem dizer que é a sua/minha ‘verdade’;
tudo bem, não aceitam o que é a minha ‘verdade’, assim como eu não aceito certas
‘’verdades’’ que são aceites por outras pessoas. Será que a Verdade é um conceito objectivo (?),
como se pode dizer sempre que 2+2 são 4? Haverá uma Verdade, a que lhe chamaria: ‘a Verdade Suprema’, ou ‘a Verdade das
verdades’, ou ainda, ‘a última das verdades’, que seja possível ser alcançada? Ou
será que apenas podemos ver o ‘padrão
das verdades’, em última análise, para alcançar, o da Verdade (da tal ‘Verdade suprema’) que vai sendo aproximado à
medida que tudo evolui? Evoluímos, sim, tudo evoluiu, isso nos é dado a
conhecer no último século: antes da evolução
há imensas mudanças, e quando essas mudanças provocam uma mudança
correta de adaptação a essas mudanças chegamos a esse conceito de ‘evolução’, e, ele toma, então, todo
o seu sentido, toda a sua plenitude de definição. Temos um longo caminho
percorrido, quiçá 13 mil milhões de anos, desde a formação da terra, 4 mil
milhões de anos desde o aparecimento dos primeiros e primitivos seres vivos na
terra; houve um equilíbrio geológico, planetário e Universal que se manteve, extraordinariamente
e milagrosamente por todos estes milhares de milhões de anos para que houvesse
a tal evolução, neste nosso planeta
azul; visto ao pormenor é óbvio que houve retrocessos, como por exemplo, nas extinções
em massa que se deram, mas de algum modo (a descobrir) os seres que
subsistiram, foram guiados para aproveitar o que de melhor havia na adaptação deles
e de outros (e, aqui é mais fantástico ainda) para evoluir também e se adaptarem
ainda melhor; Assim houve também momentos de explosão de vida (‘momentos’ que
se medem em milhões e milhões de anos, claro). Certamente aceito que de há 500
milhões de anos para cá um pulo de gigante se deu a passos lentos. Os animais
saíram do mar para ocuparem a terra, assim como as plantas. E os animais
(provavelmente as plantas também) tornaram-se enormes, talvez há 200 milhões de
anos. Certamente haveria grandes extensões de florestas luxuriantes, o clima
seria geralmente fantástico em determinadas alturas (a terra girava mais rápido
do que gira hoje, por exemplo, na ordem de 45 minutos a menos nesses 200 milhões de anos
atrás, talvez); Mas quantas e quantas transformações magnificas a terra não
terá tido, imaginem! Foi há 60 milhões de anos atrás que se deu a grande
extinção no reinado dos dinossauros, fala-se em desaparecimento de até 90 por
cento da vida terrestre, talvez, devido ao impacto de um meteoro gigante que
bateu onde é hoje o México, na zona de Yucatan (Lucatã). Mas nestes 60 milhões
de anos que se sucederam os seres que sobreviveram evoluíram novamente para dar
a transformações imensas nos animais e plantas, e na geologia também; até que,
há 60 mil anos atrás, surgiu o homem que hoje somos, que transformou o mundo e
a nós próprios admiravelmente. Enquanto nós evoluíamos de macacos, outros seres
como certos mamíferos transformavam-se magnificamente, por exemplo, baleias,
que eram seres que andavam em terra, voltaram ao mar, por adaptação gradual. As
transformações nestes últimos 60 milhões de anos foram rápidas para os animais
e certamente para as plantas, apesar da rotação da terra estar a desacelerar. E
neste ritmo frenético e alucinante continuamos imparavelmente, desejamos ‘Construir um mundo melhor’’; no
entanto, não sabemos se será melhor até que aconteça o que tiver de acontecer, e
que, penso, só uma visão e vontade superior podem saber; eu não acredito que
seja para melhor que caminhamos, se assim continuarmos. Esta minha visão, partilhada
por muitos, mas não os suficientes, poderão dizer, é pessimista. Uma extinção
pode estar prestes a dar-se neste ritmo imparável de mais de 7 mil milhões de
habitantes sedentos em ‘transformar um mundo num sítio melhor’, em usufruir,
mas também em sobreviver, porque estão sendo impulsionados pela natureza
intrínseca que vai nos genes de cada um; Assim, no mundo sem amor, de confusão,
maiores confusões e incompreensões se instalam: ‘Não queremos ser ricos,
queremos amor’, dizem muitos, ‘não queria ter nascido sem amor’; mas já que
nasci neste mundo humano de comunicação caótica quero sobreviver evitando cair
no erro que muitos caem, mesmo tendo a oportunidade de pensar e conhecer o
passado (o de cada um e o do mundo, de uma maneira geral), não vou gerar um
filho sem amor, o mal e o bem
debate-se e digladia-se a todo o momento, se se escolher o caminho errado, por
força de qualquer motivo que nos obriga a isso, como não se pode voltar atrás,
irei remediá-lo com todas as minhas forças. Dentro de uma grande ‘Razão de equilíbrio’ que se tenta
mostrar a cada um de nós, por dentro de nós, apesar de pequenos seres que somos
em relação para com o mundo, com o universo e para com a sabedoria que
poderemos ter ou atingir, dentro de algo que é racional (porque, dizem, já não
somos macacos), o mundo caminha segundo o ritmo da inconsciência, dos
sentimentos e emoções, expressos como se ainda fossemos macacos, absortos na
arte, no bem-estar, sem perceber o que é essencial e o que é supérfluo, ignorando
o significado desse bem-estar que pode significar mal-estar de outros ou
destruição da natureza em excesso, superfluamente, só por capricho. Isto acontecendo
depois da carnificina das grandes guerras, e das grandes lições que deveríamos
ter tirado delas, e de toda a história no geral, do mal que acontece no dia-a-dia.
Contenham os impulsos de capricho constante, não criem necessidades
fantasiosas, não reais; contenham o desejo de poder pelo poder, sejam
responsáveis, utilizem bem as vossas capacidades para melhorar o bem universal,
encaminhar o mundo num modo sustentável. Novas gerações nascem sem amor e sem a
possibilidade do conhecimento consciente, da sabedoria, de saberem quem são, ao
menos de onde vêm e para onde vão; Novas gerações nascem como se fossem néscias,
querendo continuar na indiferença pelo que se passa, mesmo podendo conhecer e
saber as coisas, mesmo sabendo e conhecendo o que se passa, mesmo tendo esse
apelo no dia-a-dia, como que pensando, eu não tenho a responsabilidade do que
se passa num mundo tão grande sendo eu tão pequeno. É certo que eu digo, como
os Supertramp o disseram em The Logical Song:
‘At night, when
all the world's asleep,
The questions run so deep
For such a simple man.
Won't you please, please tell me what we've learned
I know it sounds absurd
But please tell me who I am.’
The questions run so deep
For such a simple man.
Won't you please, please tell me what we've learned
I know it sounds absurd
But please tell me who I am.’
‘À noite, quando
todo o mundo dorme,
As questões correm
tão profundamente
Dentro de um homem
tão simples.
Queres tu
dizer-me, por favor, diz-me o que aprendemos
Sei que parece
absurdo
Mas diz-me quem eu
sou.’