Brevemente, faz 10 anos que emiti o
primeiro Post neste Blog. Vai fazer 7 meses que divulguei o meu último Post, depois,
senti a necessidade de parar por ‘uns tempos’. Senti agora a necessidade de
voltar, nem que seja de passagem, além de ser para marcar o meu tempo, o tempo
de algo que fiz. Talvez tenha buscado neste Blog, ao criá-lo, dizendo tudo o
que pretendia e pretendo, numa só palavra: desabafar; procurei transmitir: a
parte mais segredosa, mais melancólica e a mais preocupada de mim (que se
preocupa comigo próprio e com tudo o que me envolve - como seja a natureza no
geral); a parte mais fechada de mim mesmo - na esperança de que isso fosse não
só um escape, mas com a esperança de que isso fosse a partida para que pudesse resolver
o que me faz vir aqui, entender essa (s) causa (s), tentar resolvê-la (s) para
que possa tentar ser mais feliz, tentando corrigir o que de mal faço para me
sentir assim (se a culpa for minha), procurar os culpados, se a culpa advier de
outros. Pelas palavras de Joana Torrado, quando foi destacado o meu Blog, em 30
de Maio de 2007, aqui, caracterizou-o da seguinte maneira: ‘’Johnybigodes blog -
Um blog que fala das amarguras e desilusões de um jovem desiludido com a vida’’.
E, sim, concordo inteiramente, uma descrição muito bem definida que me
continuará impulsionando a questionar o porquê disso, pela minha vida fora, na
esperança de que essa desilusão se atenue ou desapareça. Posso dizer que me
sinto ouvido graças à internet (apesar do feedback ser muito pouco de há uns
anos pra cá, e nunca tive muito), quando um dia pensei que o meu desabafo iria
ficar no ‘silêncio dos inocentes’; Neste mundo cibernético parece-me que libertei
bastante a incomunicabilidade que tinha (e ainda tenho em alto grau) na vida
real, a minha dificuldade de expressão verbal que se expandiu para dificuldades
de expressão emotivas etc. Resumindo o meu passado: eu cresci fechado em mim,
com um grande problema de raciocínio social e de me exprimir socialmente, no
sentido de pensar em grupo, falar em grupo, ter ideias em grupo, fruto de uma
timidez extrema, a qual tenho analisado profundamente, procurando as suas
causas, algo nunca ultrapassado e que me aflige muito; decerto que eu poderia
ser feliz como sou, mas parece-me, depois de ter tanto analisar, que não me
aceitei como sou porque alguém não me aceita como sou, além de que esse (s) são
a (s) causa (s) muito provável (eis) de ser quem sou, sentir como sinto, e, consequentemente,
a razão do meu insucesso; tentando concluir este raciocínio, sinto fortemente
que a razão do meu insucesso não radica em mim, mas daqueles que me oprimiram,
me trataram injustamente, que por paradoxalmente que seja, são simultaneamente
a causa da minha sobrevivência e da minha tristeza, tornando-me num ser
vulnerável e que pode facilmente ser atacado. Penetrei no mundo da comunicação
online, perseguindo sempre, activamente, algo que me desse respostas, persisto,
para todas as questões que coloco nos meus desabafos, tentando compreender o
porquê de eu estar aqui e agora, sentindo como sinto (não satisfeito,
‘desiludido com a vida’), e não estar noutro lado e ter outros sentimentos
positivos, digamos assim. Criei, com isto, uma dualidade na
maneira como estou na vida, fazendo
uma divisão entre o meu mundo real
- o da aparência que tenho que ter perante os outros, a maneira como posso
estar perante a realidade externa, tentando não manifestar as dificuldades que
tenho (as minhas fraquezas), despistando o que realmente sinto (fugindo daquilo
que não me favorece para que possa viver o ‘mais normal’ possível) – e o meu mundo
virtual, em que criando um Nickname [Johnybigodes] (que representa um Avatar abstracto, que toma corpo à
medida que se vai manifestando) em que eu posso transmitir aquilo que sinto de
mau ou menos bom em mim, sem expor e ter de o assumir perante pessoas duvidosas
na minha realidade, na minha envolvência, aqueles problemas, que se caíssem
como reais, me fariam muito atrito, me iriam auto- destruir, auto rebaixar, ou
se não fossem ‘Auto’- sentidos seriam infligidos por outras pessoas em mim
sabendo da minha fraqueza. Falo isto porque vejo que normalmente as pessoas
(ou, muitas das pessoas) não fazem essa dualidade, por exemplo, no Facebook
encontro pessoas que no perfil real ‘admitem’ ter certas dificuldades, como
sejam ansiedades, fobias ou depressões, para ser mais concreto, e vivem segundo
esse ‘rótulo eterno das dificuldades mentais’ que têm e que, se por um lado
podem ser compreendidas, por certas pessoas mais facilmente, também, por outro
lado, podem ser mais facilmente marginalizadas de uma maneira que só quem sofre
sabe o que isso significa, vivendo assim sobre esse, repito, ‘rótulo eterno das
dificuldades mentais’, muitas vezes retraindo-se na sua expressividade, como eu
o faria, como se esse rótulo estivesse na testa para todos verem, passando muita
gente a tratarem-nos de acordo com o que vêem na testa e não com normalidade,
com o que sentem com normalidade, segundo o que cada um é. Por isso eu me
divido na minha dualidade, primeiro não quero ter rótulos ‘na testa’, além de
que tento expurgar os meus problemas, separando o bom do mau que vai em mim,
conseguindo lutar melhor contra o que é mau e não andando tudo à mistura. Além
disso, ter um Nickname e formar um ‘Avatar abstracto’ como digo, é também para
mostrar o melhor que vai em nós e que na realidade não podemos demonstrar, a
arte que vai em nós, as questões profundas da vida que não serão ditas em
conversas reais, a expansividade do meu gosto pela música, os sucessos (que
apelam ao meu entendimento pela vida, pelo amor, pela amizade, pela
sexualidade, pela alegria que a alma sente e não se manifesta), de procurar
compreender a misteriosidade da minha fé - que acho que todos deviam fazer em
relação a cada um de vós, e para sentir o mundo e o Universo dentro de nós, fazer
e descobrir o relacionamento de tudo e encontrar grandes respostas. Não quero
que as pessoas façam como eu, não sei se será o caminho certo, este, mas
certamente é o caminho que eu tenho trilhado. E para que este Blog não fique
parado no tempo associei-o ao facebook, aqui
o qual continuo a explorar outras facetas, simples que sejam, do meu Nick. Até
breve.